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EUA confirma maior alta na taxa de juros desde 1994

15 de junho de 2022

Banco Central dos Estados Unidos elevou taxa básica de juros do país em 0,75 ponto percentual, uma tentativa de combater a alta nos preços em um momento em que o país registra a maior inflação em mais de 40 anos.

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Mãos seguram notas de dólar
A taxa de inflação nos Estados Unidos aumentou em 8,6% no mês de maioFoto: Xie Zhengyi/dpa/picture alliance

O Fed (Banco Central dos Estados Unidos) elevou nesta quarta-feira (15/06) a taxa básica de juros do país em 0,75 ponto percentual, o maior aumento desde 1994. A decisão coloca a taxa de juros de referência no intervalo entre 1,5% e 1,75%. No horizonte, está a possibilidade de a taxa acabar o ano entre 3,25% e 3,50%, o que seria o seu nível mais alto desde 2008. A bolsa de Nova York reagiu em alta à notícia.

A medida é uma tentativa de combater a alta nos preços em um momento em que o país registra a maior inflação em mais de 40 anos. Os preços no país vêm subindo acentuadamente, inicialmente devido a problemas na cadeia de suprimentos em razão da pandemia de coronavírus e, posteriormente, pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

A taxa de inflação nos Estados Unidos aumentou em 8,6% no mês de maio, atingindo o maior patamar em quatro décadas, segundo os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA.

Em um comunicado, o comitê de política monetária do Fed (FOMC, na sigla em inglês) disse que, apesar do aumento da taxa de juros, continua "fortemente comprometido" em fazer com que a inflação retorne ao patamar de 2% no longo prazo.

O FOMC observou que os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia estão "criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e estão pesando sobre a atividade econômica global".

O presidente do Fed, Jerome Powell, admitiu que o aumento de 0,75 ponto percentual "é extraordinariamente importante", mas que, "na perspectiva de hoje, uma nova subida de 0,50 ou 0,75 parece muito provável" na próxima reunião, em 26 e 27 de julho.

Novas projeções de inflação e desemprego

De acordo com novas projeções, o Fed espera uma inflação de 5,2% este ano, em vez dos 4,3% que previa em março, e antecipou um crescimento mais fraco, de 1,7% - há três meses previa 2,8%.  Quanto à taxa de desemprego, as novas previsões apontam para 3,7%, acima dos 3,5% anunciados anteriormente.

"A atividade econômica em geral se recuperou", considerou a Fed em um comunicado, mencionando "sólidos avanços no mercado laboral nos últimos meses e uma taxa de desemprego num nível baixo". Mas "a inflação permanece elevada, refletindo os desequilíbrios entre a oferta e a procura associados à pandemia, os preços da energia elevados e pressões sobre os preços mais amplas".

O banco central sublinhou que a invasão da Ucrânia e as sanções impostas à Rússia criaram "pressões adicionais para a subida da inflação que penalizam a atividade econômica mundial".

O anúncio da maior economia do mundo também ocorre em meio ao aumento da inflação e à incerteza econômica nos mercados ao redor do mundo. O Banco Central Europeu sinalizou planos para aumentar as taxas de juros pela primeira vez em 11 anos a partir de julho.

le (Lusa, AP, AFP)