EUA dizem que caça venezuelano ameaçou avião americano
21 de julho de 2019Os Estados Unidos afirmaram neste domingo (21/07) que um caça venezuelano de fabricação russa "seguiu de forma agressiva" uma aeronave de reconhecimento das Forças Armadas americanas que realizava uma missão em espaço aéreo internacional.
"Um Su-30 Flanker da Venezuela seguiu de forma agressiva a aeronave americana EP-3 a uma distância insegura em 19 de julho, pondo o perigo a tripulação e a aeronave", afirmou o Comando Sul, um dos comandos de combate do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Segundo o órgão, o EP-3 "estava realizando uma missão reconhecida e aprovada em espaço aéreo internacional sobre o mar o Caribe".
Posteriormente, o Comando Sul informou em comunicado que o avião americano realizava de maneira rotineira "missões de detecção e vigilância" na região para poder garantir a "segurança e proteção" dos cidadãos americanos e dos parceiros dos EUA sem violar as normas "e regras internacionais", enquanto o piloto da aeronave venezuelana atuou de uma "maneira pouco profissional".
Além disso, o comando americano advertiu que "esta ação demonstra o irresponsável apoio militar da Rússia" ao regime "ilegítimo" de Nicolás Maduro, assim como a "imprudência e o comportamento irresponsável" do governo venezuelano, que dificulta "o direito internacional e os esforços para resistir ao tráfico ilícito".
A nota acrescenta que o governo venezuelano continua "violando" as leis internacionais e demonstra o seu "desprezo" pelos acordos que autorizam os EUA e outras nações a "realizar voos de forma segura" no espaço aéreo internacional.
Os venezuelanos, por sua vez, disseram que na última sexta-feira rechaçaram "a incursão de uma aeronave de reconhecimento e inteligência dos EUA" sobre o território do país. O comunicado do regime chavista ainda aponta que o avião americano não informou sua presença e por isso teria sido interceptado e depois escoltado para fora do espaço aéreo venezuelano.
O governo venezuelano também disse que o voo da aeronave americana era uma "provocação direta" e uma violação de tratados internacionais de soberania.
Em junho de 2006, o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a compra de 24 caças de longo alcance Su-30 da Rússia para substituir os F-16 americanos na Força Aérea venezuelana.
Durante uma viagem oficial no mês passado pela América do Sul, o almirante Craig Faller, responsável pelo Comando Sul dos EUA, disse que a crise na Venezuela se encontra "estagnada" e que, do ponto de vista militar, a situação requer uma "certa paciência estratégica".
"Mas o mundo continua unido a favor do governo legítimo da Venezuela e em apoio a uma transição a um Estado democrático", acrescentou Faller, que especificou que seu papel como militar "é apoiar a política dos EUA, trabalhar nas áreas de Inteligência e Informação, e planejar todas as decisões".
O governo americano liderou o apoio que 50 países expressaram ao líder opositor Juan Guaidó, chefe do Parlamento e que no último dia 23 de janeiro se proclamou presidente interino da Venezuela.
JPS/efe
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