EUA e Coreia do Sul retomam exercícios militares conjuntos
22 de agosto de 2022Em meio às crescentes tensões na península coreana, as forças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul começaram nesta segunda-feira (22/08) suas maiores manobras conjuntas de verão em cinco anos.
Um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano disse que os exercícios tiveram início conforme o planejado, mas ele não forneceu qualquer informação sobre o número de soldados envolvidos ou o equipamento militar utilizado.
Os EUA têm cerca de 28,5 mil soldados posicionados na Coreia do Sul – como forma de dissuasão contra uma ameaça da Coreia do Norte, uma autodeclarada potência nuclear.
Durante 11 dias até 1º de setembro, devem ocorrer treinamentos com simulações de computador, exercícios de campo conjuntos e um grande exercício de defesa civil. Teme-se uma forte reação da Coreia do Norte em retaliação.
Os exercícios foram retomados a pedido do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol. Quando assumiu o cargo em maio deste ano, ele anunciou que "normalizaria" as manobras conjuntas e aumentaria a dissuasão contra a Coreia do Norte.
O regime em Pyongyang acusa regularmente os EUA de manobrarem a Coreia do Sul em preparação para um ataque. Washington e Seul negam, enfatizando que os exercícios têm o objetivo de melhorar suas capacidades de defesa.
Pausa para negociação
As tensões na região aumentaram novamente neste ano após a Coreia do Norte realizar uma série de testes de mísseis com capacidade nuclear. Nas últimas semanas, Pyongyang intensificou a sua retórica de guerra nuclear, lançando dois mísseis de cruzeiro no Mar Amarelo.
Nos últimos anos, os Estados Unidos e a Coreia do Sul reduziram os exercícios conjuntos por razões diplomáticas, na esperança de negociarem uma desescalada com a Coreia do Norte.
Quando os EUA cancelaram os exercícios de verão na Coreia do Sul em 2018, queriam criar maiores oportunidades para negociações sobre o programa de armas nucleares norte-coreano. No entanto, desde a cúpula fracassada entre o ex-presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, no Vietnã, em fevereiro de 2019, não houve progressos.
le/ek (Reuters, Lusa, AFP, DPA)