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EUA e curdos lançam ofensiva para retomar represa no Iraque

16 de agosto de 2014

Com apoio de aeronaves americanas, militares curdos avançam para recuperar a maior represa do país das mãos dos militantes do "Estado Islâmico".

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Soldado iraquiano na represa de Mossul, em imagem de 2007Foto: picture-alliance/dpa

Tropas curdas apoiadas por aeronaves militares dos EUA lançaram uma ofensiva na represa de Mossul, no norte do país, na tentativa de recuperá-la das mãos dos jihadistas do "Estado Islâmico" (EI).

O major-general curdo Abdelrahman Korini afirmou à agência de notícias AFP que os combatentes curdos peshmerga tomaram, com apoio aéreo dos EUA, o controle da parte leste da represa, a maior do país.

"Ainda estamos avançando e nas próximas horas deveremos anunciar boas notícias", afirmou, acrescentando que seus comandados mataram vários jihadistas. Soldados peshmerga reportaram à agência de notícias DPA ao menos 20 mortes entre os militantes do EI.

Testemunhas afirmam que os ataques aéreos foram iniciados pela manhã, seguidos de combates na parte da tarde. As forças curdas haviam perdido o controle da represa no dia 7 de agosto, durante uma ofensiva do EI na qual os extremistas islamistas conquistaram diversos vilarejos e outros pontos importantes da infraestrutura local, como poços de petróleo.

A represa no rio Tigre, na parte sul do lago de Mossul, a cerca de 50 quilômetros do norte da cidade, fornece energia elétrica para boa parte da região e é fundamental para a irrigação em grandes áreas da província de Nineveh.

Represa como arma

Em 2007, o embaixador americano no Iraque Ryan Crocker e o ex-comandante das forças americanas no Iraque, general David Petraeus, haviam enviado carta ao então primeiro-ministro Nuri al-Maliki, alertando para as consequências de um desastre na represa, que afirmavam ter diversos problemas estruturais.

"Uma falha catastrófica na represa de Mossul resultaria numa enchente do rio Tigre, que alcançaria também Bagdá", afirmava a carta. O documento dizia ainda que "no pior dos casos, uma falha instantânea da represa, preenchida até seu nível operacional máximo, poderia resultar numa onda de 20 metros de altura na cidade de Mossul".

O EI já chegou a utilizar represas como "armas", como quando inundou vastas áreas ao redor da cidade de Fallujah, a oeste de Bagdá.

Entretanto, Mossul é o mais importante ponto de resistência do autoproclamado califado do EI no Iraque, e a represa seria fundamental para a economia, assim como para os esforços de construção do novo Estado.

RC/afp/dpa