EUA e Rússia retomam conversas sobre cooperação na Síria
19 de setembro de 2015"Se nós saudaríamos a ajuda da Rússia na luta contra o 'Estado Islâmico' (EI) – certamente", afirmou o secretário de Estado americano, John Kerry, neste sábado (19/09) após conversas com seu colega de pasta britânico, Philip Hammond, em Londres. "Nós já estamos falando sobre isso há muito tempo", acrescentou Kerry.
Nesta sexta-feira, Rússia e EUA iniciaram conversações sobre o conflito sírio, enquanto Moscou aumenta a sua presença militar no país abalado pela guerra civil e pelos terroristas do "Estado Islâmico".
A conversa telefônica entre o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, e o secretário da Defesa americano, Ashton Carter, põe fim a 18 meses de arrefecimento nas relações militares devido ao papel da Rússia na crise da Ucrânia.
Retomada de conversas
O Ministério da Defesa russo afirmou que as conversas marcam a retomada da cooperação militar entre os países e que essa prática vai continuar, ainda que os EUA tenham se mostrado mais reservados.
Washington tem expressado a sua preocupação diante do aumento da presença militar russa na Síria com o fim de apoiar o regime do presidente Bashar al-Assad. Os EUA acusam Moscou de enviar navios, artilharia e tanques para o país em guerra.
Nesta sexta-feira, autoridades americanas informaram que a Rússia estacionou quatro aviões de caça na cidade de Latakia, no oeste da Síria. Na região, Moscou está construindo uma base área com elementos pré-fabricados e torre de controle móvel.
Na capital russa, o porta-voz do presidente Vladimir Putin declarou que Moscou consideraria qualquer pedido de tropas por parte do aliado Assad, comentários que provavelmente aumentaram a preocupação de segurança por parte de Washington.
Intensos ataques
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a Força Aérea síria realizou, neste sábado, ao menos 25 ataques aéreos na cidade de Palmira.
O porta-voz do Observatório, baseado em Londres, afirmou que o bombardeio foi "um dos ataques mais intensos empreendidos por aviões sírios", desde que a antiga cidade caiu nas mãos dos jihadistas do "Estado Islâmico" em 21 de maio último.
Ao redor de Palmira, forças leais ao presidente Assad têm tentado reconquistar a cidade nos últimos quatro meses. Os ataques deste sábado provocaram a morte de ao menos 20 pessoas. Desde que o conflito na Síria começou, há quatro anos e meio, mais de 240 mil pessoas foram mortas.
CA/afp/dpa/dw