1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

EUA querem cúpula regular sobre Ucrânia em base na Alemanha

27 de abril de 2022

Washington disse que realizará conferências mensais com aliados da Otan e de fora da aliança com o objetivo de ajudar Kiev a lutar contra a Rússia e a manter sua soberania após o final da guerra.

https://p.dw.com/p/4AThA
Lloyd Austin em mesa com bandeiras americana e ucraniana
Austin: "A Ucrânia acredita claramente que pode vencer, e todos aqui também acreditam"Foto: Michael Probst/AP Photo/picture alliance

Os Estados Unidos realizaram nesta terça-feira (26/04) uma reunião com representantes de dezenas de países na base aérea americana de Ramstein, na Alemanha, em uma conferência sobre como reforçar a capacidade de defesa da Ucrânia contra a invasão russa.

A conferência garantiu compromissos de países aliados para sustentar a ajuda aos militares da Ucrânia durante a próxima fase da guerra e além. A reunião incluiu um compromisso da Alemanha, que disse que enviaria tanques à Ucrânia, em uma mudança radical na política de fornecimento de equipamentos militares para Kiev.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse: "Queremos tornar mais difícil para a Rússia ameaçar seus vizinhos e torná-la menos capaz de fazer isso". Austin acrescentou que a conferência se transformaria em uma reunião mensal sobre a autodefesa da Ucrânia.

Qual é o objetivo da conferência?

A pauta da reunião é garantir a segurança e a soberania da Ucrânia a longo prazo, incluindo como o país se defenderá após a guerra. Os EUA convidaram ministros da Defesa e representantes de 40 países, além do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

O evento não está sendo realizado sob o guarda-chuva da Otan, e países fora da aliança também convidados.

Ao abrir as conversas, Austin disse que a conferência procura "ajudar a Ucrânia a vencer a luta contra a invasão injusta da Rússia e a construir as defesas da Ucrânia para os desafios de amanhã". "Como vemos nesta manhã, nações de todo o mundo estão unidas em nossa determinação de apoiar a Ucrânia em sua luta contra a agressão imperial da Rússia", afirmou.

Ele disse que os aliados de Kiev "continuarão a mover céu e terra" para reforçar a defesa da Ucrânia. "A Ucrânia acredita claramente que pode vencer, e todos aqui também acreditam", afirmou.

Austin e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitaram Kiev no domingo, onde se reuniram com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.  No encontro, eles concordaram em fornecer assistência militar adicional à Ucrânia.

A Ucrânia também deu informações sobre suas necessidades de defesa, que foi um dos assuntos discutidos na conferência. Os ucranianos disseram que precisam de mais sistemas de defesa aérea de longo alcance, jatos de combate, tanques e sistemas de foguete de lançamento múltiplo.

Desde que a ameaça de guerra surgiu, Zelenski tem pedido a países do Ocidente que façam mais, incluindo o envio de artilharia e caça para ajudar a Ucrânia a se defender dos ataques russos.

Alemanha se compromete a enviar blindados

O governo alemão confirmou na terça-feira que aprovaria a entrega de blindados antiaéreos na Ucrânia. A ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, anunciou a iniciativa durante o discurso de abertura na base aérea de Ramstein, no início da conferência.

Berlim concederá à empresa de armas Krauss-Maffei Wegmann permissão para enviar tanques Gepard com canhões antiaéreos para a Ucrânia. Lambrecht também disse que os soldados ucranianos estavam sendo treinados na Alemanha para usar sistemas de artilharia. "Estamos trabalhando junto com nossos amigos americanos no treinamento de tropas ucranianas em solo alemão em sistemas de artilharia", afirmou Lambrecht.

Christine Lambrecht
Lambrecht: "Política alemã está sempre baseada em não ir sozinha, mas em coordenar com nossos parceiros"Foto: Political-Moments/IMAGO

A ministra também disse que Berlim está empenhada em trabalhar com a Otan para ajudar a entregar o que é necessário para a Ucrânia. "A política alemã está sempre baseada em não ir sozinha, mas em coordenar com nossos parceiros", afirmou. "Enviamos tudo o que é possível a partir dos estoques da Bundeswehr [Forças Armadas alemãs]. O que quer que a Ucrânia necessite e o que quer que tenhamos acordado com nossos aliados, nós enviaremos."

Críticos questionaram o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, por sua resistência em enviar armas pesadas diretamente para a Ucrânia, citando a preocupação de provocar um conflito mais amplo entre a Otan e a Rússia. Scholz tem enfrentado críticas de seu próprio governo de coalizão, composto por seu Partido Social-Democrata (SPD), os Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP).

Um documento apresentado pelos partidos da coalizão ao Parlamento alemão diz que Berlim "continuará e, onde possível, acelerará a entrega do equipamento necessário à Ucrânia, incluindo ampliar a entrega de armas pesadas e sistemas complexos".

Com o que outros países se comprometeram?

Austin e Blinken anunciaram na segunda-feira 713 milhões de dólares (R$ 3,6 bilhões) em financiamento militar para a Ucrânia, com o objetivo de ajudá-la na transição para usar armamento mais avançado, em particular quando se trata de defesa aérea.

Austin disse que os EUA acreditam que Kiev pode vencer a guerra contra a Rússia, se dispor do "equipamento certo".

O Pentágono prometeu recentemente 90 dos obuses mais modernos do Exército americano à Ucrânia, além de 183 mil munições de artilharia e outros armamentos sofisticados. Os EUA também estão organizando mais treinamento para os ucranianos sobre o novo armamento.

O Reino Unido diz ter enviado à Ucrânia mais de 200 mil itens até agora, incluindo 4.800 mísseis antitanque NLAW, e um pequeno número de mísseis Javelin. Também forneceu mísseis e tanques antiaéreos Starstreak.

A França está enviando seu obus móvel Caesar, e a República Tcheca está entregando seus obuses mais antigos.

Além de enviar obuses, o Canadá também está cedendo munições guiadas Excalibur, que podem percorrer mais de 40 quilômetros e atingir alvos com precisão.

bl (dpa, AFP, AP, Reuters)