EUA revalidam milhares de vistos após decisão judicial
4 de fevereiro de 2017Mesmo depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter rechaçado a decisão judicial que suspende seu decreto anti-imigração, o governo americano anunciou neste sábado (04/02) que já trabalha para cumprir a liminar, emitida por um juiz federal na noite de sexta-feira.
O Departamento de Segurança Interna informou ter suspendido todas as medidas que se ajustavam ao veto migratório de Trump e retomado o sistema padrão de verificação de passageiros. Isso inclui permitir a entrada nos EUA de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana.
Já o Departamento de Estado anunciou que revalidou os vistos que foram cancelados após a ordem executiva. "Revertemos a revogação provisória dos vistos", disse um oficial à agência de notícias Efe, destacando que serão aceitos todos os vistos válidos que não tenham sido fisicamente danificados. Na sexta-feira, o mesmo órgão declarou que quase 60 mil vistos haviam sido suspensos.
As medidas anunciadas neste sábado são consequência de uma liminar que, na noite de sexta-feira, suspendeu o decreto de Trump. A decisão é do juiz federal James Robart, de Seattle, em resposta a uma ação aberta pelos estados de Washington e Minnesota. A suspensão é temporária e rege até que Robart tome uma decisão definitiva sobre a legalidade da ordem presidencial.
Ainda na sexta-feira, a Casa Branca declarou que entraria "o mais rápido possível" com um recurso contra a decisão judicial. "A ordem do presidente tem como objetivo proteger o país, e ele tem a autoridade constitucional e a responsabilidade de fazê-lo", disse o porta-voz Sean Spicer em nota.
Trump se pronunciou publicamente sobre a determinação de Robart apenas neste sábado, em mensagens postadas no Twitter. "A opinião deste suposto juiz, que essencialmente leva para longe de nosso país o cumprimento da lei, é ridícula e será derrubada!", declarou o republicano.
"A que ponto chegou nosso país quando um juiz pode deter um veto de segurança interna, e qualquer pessoa, mesmo com más intenções, pode entrar nos EUA?", publicou Trump mais tarde.
A ordem de Trump suspendia por 120 dias a entrada de refugiados e por tempo indefinido o acesso de todos os migrantes vindos da Síria. O decreto também impôs uma proibição de entrada nos EUA, durante 90 dias, a cidadãos de sete países: Iraque, Irã, Iêmen, Líbia, Síria, Somália e Sudão.
Neste sábado, companhias aéreas internacionais informaram que voltaram a permitir o embarque de passageiros desses países em voos com destino aos Estados Unidos. A Qatar Airlines foi a primeira delas, seguida pela Air France, Emirates, Iberia, British Airlines, United Airlines e Lufthansa.
EK/ap/afp/dpa/efe