EUA: Senadores fecham acordo por redução da violência armada
12 de junho de 2022Senadores dos Estados Unidos anunciaram neste domingo (12/06) um acordo bipartidário sobre medidas de alcance limitado para tentar reduzir a violência armada que assola o país.
"Hoje, estamos anunciando uma proposta bipartidária e consensual para proteger as crianças americanas, manter as nossas escolas seguras e reduzir a ameaça de violência em nosso país", informou o grupo de 20 senadores em uma declaração.
Quais são algumas das medidas propostas?
As propostas incluem verificações mais rigorosas dos antecedentes de compradores de armas com menos de 21 anos e mais recursos para que os Estados mantenham as armas longe de pessoas que são perigosas para os outros ou para si mesmas.
Os atiradores que mataram 10 pessoas em um mercado em Buffalo e 19 estudantes e dois professores em uma escola primária em Uvalde tinham, ambos, 18 anos, e muitos dos atacantes que cometeram tiroteios em massa nos últimos anos eram jovens.
O acordo também envolve recursos para os Estados implementarem leis que facilitem a apreensão temporária de armas de pessoas consideradas potencialmente violentas, e para reforçar a segurança escolar e os programas de saúde mental.
As propostas, entretanto, ainda estão muito aquém das medidas mais duras que o presidente Joe Biden e muitos políticos do Partido Democrata vêm exigindo.
Biden saúda as propostas como "passos importantes"
Biden disse no domingo que as propostas eram "passos importantes", mas observou que elas estão aquém de seus apelos para uma mudança mais radical.
"Obviamente, elas não fazem tudo o que eu acho necessário, mas refletem passos importantes na direção certa, e seria a legislação de segurança de armas mais significativa a ser aprovada pelo Congresso em décadas", disse Biden em um comunicado.
Considerando o apoio bipartidário, "não há desculpas para o atraso, e nenhuma razão pela qual não deveria passar rapidamente pelo Senado e pela Câmara", afirmou.
Protestos por mais controle de armas
Milhares de pessoas protestaram neste sábado nos Estados Unidos por um controle mais rígido na venda de armas.
O maior dos atos, em Washington, reuniu mais de 40 mil pessoas, segundo os organizadores. Em um gramado perto do obelisco símbolo da capital americana, foram colocados milhares de vasos com flores brancas e laranjas, representando o aumento da violência no país desde 2020, desde quando 45.222 pessoas foram mortas por armas de fogo, segundo a associação Giffords.
Manuel Oliver, que perdeu o filho no massacre de Parkland, discursou no protesto em Washington e pediu aos alunos que fiquem longe das aulas para aumentar a pressão sobre os políticos para aprovar leis mais duras sobre armas. "Estamos pedindo uma greve nacional de estudantes americanos em todos os níveis de ensino", disse.
bl (AFP, AP)