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EUA subestimaram ameaça do "Estado Islâmico", admite Obama

28 de setembro de 2014

Em entrevista a canal de televisão, presidente americano ainda concorda que a Casa Branca superestimou a capacidade e a disposição do exército iraquiano em combater os jihadistas, favorecidos pelo caos na Síria.

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Foto: Jim Watson/AFP/Getty Images

O presidente americano, Barack Obama, reconheceu neste domingo (28/09) que o serviço de inteligência dos Estados Unidos subestimou o fato de que o caos gerado pela guerra na Síria poderia criar terreno fértil para o surgimento de uma organização como o "Estado Islâmico" (EI).

"O chefe dos nossos serviços secretos, Jim Clapper, reconheceu que subestimou o que estava acontecendo na Síria", admitiu o presidente em entrevista ao programa "60 Minutos", da CBS, que vai ao ar na noite de domingo.

Obama ainda concordou que a Casa Branca superestimou a capacidade e a disposição do Exército iraquiano em combater os jihadistas.

Durante a guerra do Iraque, forças militares americanas, com ajuda das tribos sunitas, foram capazes de reprimir os combatentes da Al Qaeda, afirmou o presidente. "Porém, durante o caos da guerra civil na Síria, onde essencialmente se tem enormes faixas territoriais no país que estão completamente desgovernadas, eles foram capazes de se reagrupar e obter vantagem daquele caos", avaliou Obama.

Ele chamou a Síria de "marco zero para os jihadistas de todo o mundo", em referência ao local onde ocorreu o atentado contra as Torres Gêmeas, em Nova York, em 11 de setembro de 2001.

O presidente americano disse ainda que a solução é em parte militar, referindo-se aos ataques aéreos liderados pela coligação antijihadista formada pelos EUA e aliados, como França e Reino Unido. O uso de força militar se fez necessário a fim de coibir a capacidade de ação dos radicais islâmicos, cortar suas fontes de recursos e acabar com o fluxo de estrangeiros se alistando entre combatentes radicais, defendeu Obama.

Ele ressaltou ainda que Síria e Iraque precisam resolver sua crise política.

Desde a retirada das tropas americanos do território iraquiano, o país encontra-se dividido entre grupos sunitas e um governo de orientação xiita, enquanto a Síria vive uma sangrenta guerra civil desde 2011.

MSB/lusa/ap