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Eurocopa acende discussão sobre tecnologia em campo

22 de junho de 2012

No campeonato europeu de futebol, como de costume, juízes determinam se a bola cruzou ou não a linha. Recente gol não validado da Ucrânia contra Inglaterra reavivou debate sobre uso de de câmeras e chips no futebol.

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Foto: Oliver Braun

Durante a atual Eurocopa, na Polônia e na Ucrânia, um gol não validado causou alvoroço. No último jogo da primeira rodada, o jogador ucraniano Marko Devic marcou um gol contra a Inglaterra que não foi reconhecido pelos juízes. A decisão foi correta, pois o gol estava impedido, mas o árbitro não o considerou por outro motivo: ele e sua equipe não viram a bola cruzar a linha.

Desde a temporada 2009/2010, a União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) colocou em campo dois juízes adicionais com a função de decidir sobre os gols. Até o momento, tanto a Uefa quanto a Federação Mundial de Futebol (Fifa) descartavam o emprego de tecnologia. Porém, após a decisão equivocada nesta Eurocopa, o próprio presidente da Fifa, Sepp Blatter, cedeu, escrevendo na rede social Twitter: "A tecnologia de linha do gol não é mais uma alternativa, mas uma necessidade".

A International Football Association Board (Ifab) pretende reunir-se com a supervisão da Fifa no próximo 5 de julho para debater a introdução da polêmica tecnologia. Recentemente, dois sistemas foram testados, o GoalRef e o Hawk-Eye.

Gol da discórdia: Ucrânia x Inglaterra
Gol da discórdia: Ucrânia x InglaterraFoto: RIA Nowosti

Câmera ou chip

O sistema inglês Hawk-Eye é utilizado também em outras modalidades esportivas, como tênis e críquete. As imagens de diversas câmeras, que registram centenas de imagens por segundo (as convencionais captam apenas 25 ou 30 imagens por segundo) de várias perspectivas, servem como base para simulações 3D, mostrando a posição da bola com precisão de poucos milímetros.

Assim, é sólida a prova de que a bola de tênis estava fora da quadra ou a de futebol dentro do gol. O sistema foi desenvolvido por Paul Hawkins, um matemático britânico. Mas ele também tem uma desvantagem: se, por algum motivo, a visão da bola for bloqueada, até mesmo a mais moderna câmera não consegue mostrar nada. Além disso, o sistema não é barato.

A alternativa alemã GoalRef, já testada no handebol, que consiste em um chip numa bola e um campo magnético no gol. Na grande área e atrás do gol são instalados delgados cabos elétricos. Um computador também transmite um sinal ao relógio de pulso especial do árbitro, assim que a bola cruza a linha do gol.

Bola Adidas com tecnologia Goal Line
Bola Adidas com tecnologia Goal LineFoto: picture-alliance / Pressefoto ULMER

O sistema funciona de forma semelhante ao alarme numa loja: um sinal dispara assim que o dispositivo antifurto preso numa peça de roupa – ou, neste caso, o chip na bola – passa por uma determinada posição. Teoricamente, o chip pode ser instalado em qualquer tipo de bola.

Alemanha a favor da tecnologia

Após a primeira etapa da Eurocopa, os jogadores Sami Khedira e Thomas Müller, da seleção alemã, disseram ter interesse na tecnologia de linha do gol. E não foram os únicos. Também árbitros e o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, a consideram acertada. Aliás, caso a Fifa se decida por uma das tecnologias, outras empresas com sistemas similares terão a chance de participar da concorrência, numa fase posterior.

Assim, estaria aberta a porta para outros recursos de apoio tecnológico. Em modalidades esportivas como hóquei, futebol americano ou na liga de basquete profissional norte-americana NBA, provas por câmera são padrão há tempo. No ciclismo, remo ou atletismo, fotografias determinam a vitória ou a derrota.

Wolfgang Niersbach
Wolfgang Niersbach, presidente da DFBFoto: picture-alliance/dpa

Mesmo se a Fifa optar por tecnologias auxiliares, cada país poderá decidir se usa ou não as novas ferramentas. De acordo com Blatter, o uso do novo sistema não seria introduzido antes da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Autoria: Olivia Fritz (lpf)
Revisão: Augusto Valente