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Europeus reagem indignados a matança de civis no sul do Líbano

(lk)30 de julho de 2006

Representantes da União Européia e de governos europeus rechaçam com veemência ataque de Israel a povoado de Qana. Papa Bento 16 exige cessar-fogo imediato.

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Equipes de resgate em QanaFoto: picture-alliance/dpa

Não há o que possa justificar as bombas lançadas por Israel sobre o povoado libanês de Qana, escreveu Javier Solana, responsável pela Política Externa e de Segurança da União Européia, numa declaração divulgada pela internet. Ele teria telefonado para o primeiro-ministro do Líbano, Fuad Saniora, para transmitir-lhe sua "profunda consternação e tristeza pelo ataque e a morte de civis inocentes".

Reação semelhante já fora manifestada pela Comissão Européia, na manhã deste domingo (30/07). "É sempre terrível quando civis são afetados, em especial mulheres e crianças", declarou uma porta-voz em Bruxelas.

A comissária de Política Externa, Benita Ferrero-Waldner, classificou o ataque israelense de "uma escalada da violência injustificável, num momento em que a comunidade internacional busca uma solução do conflito. Um fim imediato da violência e dos combates é agora mais importante do que nunca".

"O trágico incidente em Qana mostra uma vez mais que a prioridade absoluta tem de ser um cessar-fogo o mais rápido possível", declarou em Berlim o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier. O social-democrata criticou Israel indiretamente, ao acentuar que já dissera inúmeras vezes aos israelenses que todo emprego de violência tem de se manter dentro de certos limites, mesmo considerando o direito de Israel de autodefesa. "Especialmente, é preciso sem falta evitar que haja vítimas entre a população civil."

Libanon - Bombenopfer
Criança libanesa atingida por bombaFoto: AP

Paris e Londres manifestaram igualmente indignação com o ataque. O presidente francês Jacques Chirac voltou a exigir um cessar-fogo, após esse "ato de violência imperdoável, que custou a vida de muitas vítimas inocentes". A ministra britânica do Exterior, Margaret Beckett, declarou-se chocada, mas evitou condenar Israel expressamente.

Já o papa Bento 16 lançou um manifesto veemente pela paz no Oriente Médio, em sua residência de verão em Castel Gandolfo. "Em nome de Deus dirijo-me a todos os responsáveis por esta espiral de violência para que deponham as armas."

Israel anunci apuração

O governo israelense lamentou o incidente. "Foi uma tragédia terrível", declarou a porta-voz Miri Eisin à emissora de televisão CNN, anunciando uma investigação sobre como foi possível tal "engano". As Forças Aéreas israelenses não teriam tido como alvo a casa repleta de refugiados, e sim esconderijos do Hisbolá nas proximidades. Por fim, a culpa seria do Hisbolá, por se esconder entre a população no sul do Líbano e em Beirute, sendo assim responsável pelas mortes de civis.

As bombas disparadas por Israel sobre Qana, na madrugada deste domingo, mataram pelo menos 54 pessoas, entre elas 37 crianças. Quase 800 pessoas já morreram no Líbano, desde que se iniciaram, há quase três semanas, os combates entre o Exército israelense e os milicianos do Hisbolá. Em Israel, foram registradas pelo menos 51 mortes.