Oriente Médio
21 de agosto de 2010O anúncio de que israelenses e palestinos retomarão as conversações de paz foi bem recebido na Europa. Na Alemanha, o ministro do Exterior, Guido Westerwelle, disse que a decisão é "um sinal importante para o processo de paz e dá novas esperanças de rápidos progressos rumo a uma solução de dois Estados" na região.
Ele acrescentou que o governo alemão colaborou intensamente com seus parceiros do Quarteto do Oriente Médio para assegurar que israelenses e palestinos reiniciassem as conversações. Westerwelle apelou ainda para que os dois lados usem essa oportunidade e criem um ambiente favorável às negociações.
Nesta sexta-feira (20/08), a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, anunciou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder palestino Mahmud Abbas irão se reunir em Washington no próximo dia 2 de setembro para retomar as negociações de paz.
"Evolução positiva"
Na Itália, o ministro do Exterior, Franco Frattini, disse que se trata de uma evolução extremamente positiva e que o governo do país dará todo o apoio necessário. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, saudou a decisão e disse que diversas vezes encorajou Netanyahu e Abbas a retomarem o diálogo.
A coordenadora da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, apelou a israelenses e palestinos para que trabalhem com rapidez e intensidade, a fim de concluir as negociações de paz no prazo de um ano. Ashton lembrou que a UE defende uma solução de dois Estados, "que vivam lado a lado em paz e em segurança um com o outro e em relação aos países vizinhos"
Conversações podem durar um ano
Netanyahu e Abbas vão retomar as negociações de paz após uma pausa de 20 meses e, segundo Clinton, elas poderão estar concluídas em um ano. Em nota, o premiê israelense aceitou o convite de Clinton. "Chegar a um acordo é um desafio difícil, mas é possível."
Líderes da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) votaram neste sábado (19/08) pela aceitação do convite. Já a organização extremista Hamas, que governa a Faixa de Gaza, rejeitou a proposta de Clinton e disse que se trata de uma tentativa de "enganar os palestinos".
Durante o anúncio, Clinton disse que as conversações deverão chegar a uma solução final sobre as fronteiras do futuro Estado palestino, os assentamentos israelenses na Cisjordânia, o direito de retorno de refugiados palestinos e a situação de Jerusalém.
As negociações vão decorrer sob a égide do presidente Barack Obama e com a presença do presidente do Egito, Hosni Moubarak, e do rei Abdallah da Jordânia.
AS/dpa/afp/lusa
Revisão: Soraia Vilela