Ex-capitão da seleção alemã, Ballack se despede do futebol
5 de junho de 2013Um dos momentos emblemáticos da carreira de Michael Ballack ocorreu no dia 15 de maio de 2010. Jogando a final da Copa da Inglaterra pelo Chelsea, o camisa 13 sofreu uma falta violenta cometida por seu compatriota Kevin-Prince Boateng, aos 44 minutos de jogo. O lance acabou por encerrar a era do meia como capitão da Mannschaft.
Na época com 33 anos de idade, a lesão nos ligamentos o deixaria fora da Copa do Mundo da África do Sul. Após esse episódio, o técnico da seleção alemã, Joachim Löw, jamais o convocou novamente, e Ballack perdeu nova chance de conquistar seu primeiro título internacional. Nesta quarta-feira (04/06), o jogador encerrou definitivamente a carreira, marcada por altos e baixos, com uma partida de despedida em Leipzig. Os mais de 50 mil ingressos se esgotaram com semanas de antecedência.
Ballack nasceu em 26 de setembro de 1976 em Görlitz, na antiga Alemanha Oriental. Aos 7 anos, foi para Kalr-Marx-Stadt, renomeada Chemnitz após a reunificação da Alemanha. Michael iniciou sua eterna busca por títulos no pequeno BSG Motor Fritz Heckert,e logo chamou a atenção do Chemnitz FC, que o contratou em 1995. Dois anos mais tarde. o técnico Otto Rehhagel o chamou para jogar no Kaiserslautern, que acabara de subir para a a primeira divisão do futebol alemão.
Na temporada seguinte, Ballack entrou para a história do clube ao conquistar seu primeiro campeonato alemão. Em 1999, foi para o Bayer Leverkusen, onde permaneceu por três temporadas. Foi no Leverkusen que Ballack sofreu sua maior frustração, ao marcar um gol contra no último jogo da temporada, contra o modesto Unterhaching, que acabou deixando o título nas mãos do Bayern de Munique.´
Em 2002, mais experiente e maduro, o meio-campista levou sua equipe às finais da Copa da Alemanha e da Liga dos Campeões da Europa, mas o Bayer terminou as duas competições apenas em segundo lugar. Também na Bundesliga, a equipe acabou como vice-campeã. O apelido dado à equipe Vizekusen foi em parte atribuído a Ballack, o capitão da equipe.
Ainda em 2002, Ballack acertou sua transferência para o Bayern de Munique, onde acabaria conquistando por três vezes a Bundesliga, além de três Copas da Alemanha. Faltou, no entanto, o título da Liga dos Campeões da Europa, que o capitão não conseguiu conquistar mesmo jogando para a equipe mais forte do futebol alemão.
Após desentendimentos com a diretoria do Bayern, Ballack, com 26 anos, aceitou proposta para jogar no Chelsea da Inglaterra, realizando um antigo sonho. O alemão foi crucial na conquista do bicampeonato inglês em 2010, jogando em um time recheado de estrelas como Frank Lampard e Didier Drogba. Mas nem mesmo a direção do técnico José Mourinho foi capaz de evitar a perda de sua segunda final de Liga dos Campeões, em 2008.
Dois anos mais tarde, ele voltou ao Bayer Leverkusen, no que chamou de “trabalho por amor”. Mas apesar de sua aclamada “volta para casa”, o meia não conseguiu repetir as performances de seus melhores anos, sofrendo diversas lesões e se desentendendo com o então técnico Robin Dutt. Finalmente, em 2012, Ballack decidiu encerrar sua carreira como jogador de futebol.
Seleção alemã
Pela seleção de seu país, Ballack participou de cinco torneios de maior importância, vestindo a braçadeira de capitão entre 2004 e 2010. Em 2002, dois cartões amarelos o deixaram de fora da final da Copa do Mundo, quando a Alemanha acabou derrotada pelo Brasil.
O camisa 13 esteve na final da Eurocopa de 2008 mas os alemães também saíram derrotados. Em 2006, a Alemanha jogou a Copa do Mundo em casa, mas aquele que seria o “sonho de verão” dos alemães não acabou não se tornando realidade, e a Mannschaft terminou com o terceiro lugar.
Desentendimentos com o atual treinador da Alemanha, Joachim Löw, o deixaram de fora da seleção após 98 jogos. Hoje em dia as arestas entre os dois já foram aparadas – Löw é um dos convidados de Ballack para seu jogo de despedida em Leipzig.
Em todos os clubes por onde passou, assim como na seleção alemã, Ballack sempre vestiu a camisa 13, o que alguns afirmam que talvez tenha lhe trazido mais azar do que sorte.
Mas a verdade é que o ex-capitão acumula diversas conquistas, mesmo sem nunca ter vencido uma competição internacional. Ele até já chegou a afirmar que “os títulos são às vezes superestimados”.
No entanto, é possível que ainda o vejamos um dia conquistar um título internacional como técnico ou treinador de uma equipe.