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Ex-presidente da Coreia do Sul recebe oito anos de prisão

20 de julho de 2018

Park Geun-hye é sentenciada por se apropriar de recursos do serviço nacional de inteligência e interferir numa eleição. A sentença se soma à que ela já cumpre pelo caso "Rasputina", escândalo que levou ao impeachment.

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Sentença se soma aos 24 anos de prisão que a ex-presidente Park Geun-hye já cumpre pelo caso "Rasputina"Foto: picture-alliance/dpa/YNA

A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye foi condenada a oito anos de prisão por obter financiamento ilícito do serviço nacional de inteligência do país e interferir em uma eleição. A sentença se soma a que ela já cumpre pelo caso "Rasputina".

Um tribunal de Seul anunciou, nesta sexta-feira (20/07), a nova sentença da ex-presidente, após um julgamento por diversos crimes que levaram à cassação de Park e sua prisão no caso de corrupção.

Em abril, Park já havia sido condenada a 24 anos de prisão por crimes cometidos dentro da trama de corrupção e tráfico de influência executada com sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina", um escândalo que obrigou sua saída do governo em março do ano passado.

Park e Choi foram acusadas de pressionar 18 grupos empresariais a doar 77,4 bilhões de wons (72,3 milhões de dólares) para a criação de duas fundações controladas pela amiga da ex-presidente. Nessa rede de favores, elas extorquiram grandes empresas, como Samsung, Hyundai e Lotte.

Ambas foram condenadas por receber propinas de algumas dessas companhias, incluindo mais de 7 bilhões de wons (6,5 milhões de dólares) da Samsung.

A nova sentença determinou que a ex-presidente recebeu cerca de 3,5 bilhões de wons (cerca de 2,64 milhões de euros) entre 2013 e 2016 do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS), embora tenha considerado que não ficou provado que Park tivesse oferecido favores em troca do dinheiro.

Além disso, Park foi acusada de, em 2016, interferir na indicação de candidatos do seu partido, Saenuri, para as eleições parlamentares que ocorreram no mesmo ano.

O tribunal também ordenou que a ex-presidente pague uma multa de 3,3 bilhões de wons (cerca de 2,49 milhões de euros). A promotoria havia solicitado 15 anos de prisão por crimes que incluíam suborno, peculato e aceitação ilícita dos recursos do NIS.

A ex-presidente não compareceu diante dos juízes para a leitura da sua sentença, da mesma forma que esteve ausente de outras sessões deste processo e do da "Rasputina" – ela alegou motivos de saúde ou argumentou que todas os processos tinham motivações políticas.

Paralelamente, também nesta sexta-feira, a Promotoria da Coreia do Sul apresentou uma apelação no tribunal de Seul para aumentar para 30 anos a pena que a ex-presidente recebeu em abril.

PV/efe/dpa

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