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Exportação: o alento da conjuntura alemã

(am)7 de outubro de 2003

O relatório anual sobre as perspectivas do comércio exterior alemão vê uma clara tendência de recuperação conjuntural.

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Aumenta a demanda mundial de produtos alemãesFoto: AP

A enquete anual da Confederação das Câmaras Alemãs de Indústria e Comércio (DIHK) é feita desde 1982, sendo considerada uma avaliação tradicional e objetiva das expectativas de negócios internacionais do setor econômico alemão. Ela inclui as observações feitas, em mais de 80 países, pelas Câmaras Alemãs no Exterior (AHK) e por outros representantes de empresas alemãs no estrangeiro. O estudo cobre assim cerca de 97% dos mercados nos quais estão presentes os produtos "made in Germany".

Em Berlim, foram apresentados agora os resultados da enquete de 2003. Eles trazem uma nova esperança de impulso conjuntural ao setor econômico alemão. A incipiente recuperação econômica nos Estados Unidos deverá resultar num aumento paulatino das exportações. Mas um crescimento ainda mais vigoroso é esperado nos negócios com a China e com os países da Europa Central e Oriental.

A demanda por veículos, máquinas e produtos químicos alemães voltou a crescer em todo o mundo. Após dois anos de negócios modestos e tendência negativa, a DIHK vê agora uma luz no fim do túnel. E não está sozinha na sua avaliação. Também a Federação Alemã das Empresas Atacadistas e de Exportação (BGA) vê boas perspectivas de aumento dos negócios em 2004.

Previsões concretas

Na apresentação da enquete de 2003, em Berlim, o gerente executivo da DIHK, Martin Wansleben, citou números exatos. Segundo ele, o setor econômico alemão conta "com um claro aumento das exportações em quase 5% e das importações em mais de 4%". Com isto, calcula Wansleben, "o superávit da balança comercial alemã deverá atingir em 2004 um novo recorde, da ordem de 137 bilhões de euros".

As previsões de crescimento feitas com base na enquete da DIHK não são sensacionais. Mas, de qualquer maneira, são bem melhores que os magros 2% de aumento previstos para o corrente ano. E, em relação ao Produto Interno Bruto da Alemanha, o previsto crescimento do comércio exterior deverá contribuir com um aumento de 0,5% em 2004. Ao contrário disto, os atuais 2% de crescimento das exportações e importações só alteram de forma irrelevante o valor percentual de aumento do PIB alemão.

Mercados principais

Também no ano que vem, o mercado principal para os produtos industriais alemães continuará sendo o dos países da União Européia, em especial da França, Grã-Bretanha, Itália, Holanda e Áustria. Cerca de 40% do total das exportações alemãs destinam-se a estes cinco países. E, exatamente neste mercado, a previsão para 2004 é de um crescimento irrisório ou até mesmo de estagnação.

Uma grande esperança de impulso conjuntural parte de outros mercados. Por exemplo, o dos dez países do Leste Europeu que se preparam para o ingresso na União Européia: para lá devem destinar-se 8,6% das exportações alemãs. Mas também para outros países da Europa Oriental deve crescer o volume das exportações.

No caso dos Estados Unidos, que são os maiores importadores de produtos alemães depois da União Européia, a evolução do mercado continua sendo uma incógnita. A incipiente recuperação conjuntural poderá trazer algum aumento no volume do comércio bilateral com a Alemanha. Mas os riscos continuam grandes e imprevisíveis.

A campeã de crescimento no comércio bilateral com a Alemanha é, sem qualquer dúvida, a China. A expectativa de aumento em 2004 é da ordem de 6%. Isto deverá significar exportações alemãs no valor de 19 bilhões de euros, atingindo assim quase o dobro das vendas da Alemanha ao Japão (11 bilhões de euros).