Made in Germany
11 de fevereiro de 2011Em 2010, as exportações alemãs cresceram 18,5%, somando 952 bilhões de euros. No maior crescimento desde 1974, ano em que foi registrada uma alta de 29,3% nas vendas ao exterior. "A Alemanha se beneficiou principalmente da recuperação e da dinâmica nos países emergentes", diz Anton Börner, presidente da Confederação Alemã de Comércio Exterior e Prestação de Serviços (BGA).
O salto de exportação foi provocado principalmente pela forte demanda de países de fora da União Europeia, como China, Brasil e Índia. Para os mercados emergentes, as exportações aumentaram em 26%, enquanto as exportações para países da UE subiram apenas 12,7%.
Mercados asiáticos têm forte demanda
Os especialistas estimam para este ano ainda uma forte demanda dos asiáticos. "Pode haver também forte demanda da maior economia mundial, os EUA", prevê o analista do Citigroup, Jürgen Michels. A Europa, entretanto, deve continuar um mercado difícil para os exportadores. "Isso se deve à crise, que fez com que muitos países lançassem rígidos programas de austeridade", afirmou Michels.
O presidente da BGA, Anton Börner, espera para este ano um crescimento das exportações de apenas 7%, porque em muitos países os programas de ajuda à conjuntura estão acabando, e a crise provavelmente fará com que a demanda nos países da zona do euro continue fraca.
Apesar disso, a meta é que a Alemanha consiga quebrar, pela primeira vez, a marca do um bilhão de euros em exportações. Em 2008, a barreira quase foi alcançada, quando foram contabilizadas vendas ao exterior somando 984 milhões de euros.
Importações tiveram maior alta dos últimos 10 anos
As importações aumentaram 20% em 2010, indo para cerca de 798 bilhões de euros, crescendo mais rápido do que as importações. A última vez em que houve alta parecida das importações foi em 2000, com 21% de crescimento.
Com isso, há um superávit na balança comercial alemã de mais de 154 bilhões de euros. Em 2009, a diferença entre as exportações e importações foi de quase 139 bilhões de euros. "A economia alemã se recuperou da crise mais rapidamente do que outros países e está quase já a pleno vapor", comemorou o ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle.
Produtos made in Germany seguem requisitados
Seja por carros, maquinários pesados ou produtos químicos, a demanda mundial por mercadorias made in Germany continua grande. Embora seja improvável que a Alemanha reconquiste o posto de maior exportador do mundo, perdido para a China em 2010, a importância da maior economia da Europa continua sendo considerada indiscutível por especialsitas.
O economista Raghuram Rajan, ex-economista chefe do FMI, defendeu recentemente a Alemanha na revista de economia Wirtschaftswoche contra críticas aos altos superávits do país. “As empresas alemãs são muito competitivas. Criticá-las é uma bobagem”, argumentou. “A Alemanha gera superávits, porque tem limitado os aumentos salariais e tornado sua economia mais flexível. Esse exemplo deveria ser seguido pelos outros países”, alertou o analista.
MD/dpa/rtrs
Revisão: Soraia Vilela