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Fachin mantém Janot na investigação contra Temer

31 de agosto de 2017

Ministro do STF nega pedido de defesa do presidente para afastar procurador-geral da República do caso e afirma não ver indícios de parcialidade em atuação de Janot.

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Defesa de Temer alegou imparcialidade de Janot no pedido de suspeição
Defesa de Temer alegou imparcialidade de Janot no pedido de suspeição Foto: picture alliance/dpa/A.Machado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou nesta quarta-feira (30/08) o pedido de suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para atuar em investigações relacionadas ao presidente. A petição foi feita pela defesa de Michel Temer.

Na decisão, Fachin entendeu que não houve indícios de parcialidade de Janot durante as investigações contra o presidente e, por isso, o pedido para afastá-lo não é justificado.

"As alegações exteriorizadas pela defesa não permitem a conclusão da existência de relação de inimizade capital entre o presidente da República e o procurador-geral da República ", destacou Fachin.

O advogado do presidente, Antonio Mariz, entrou com a petição no início de agosto acusando Janot de parcialidade nas investigações.  "Parece pouco interessar ao procurador se o alvo a ser atingido, além da pessoa física de Michel Temer, é a instituição Presidência da República; as instituições republicanas; a sociedade brasileira ou a nação”, alegou.

Temer passou a ser investigado por Janot após a delação premiada dos executivos da JBS. Além dos depoimentos de diretores, Joesley Batista, um dos proprietários da empresa, gravou uma conversa com o presidente.

No diálogo, teriam sido mencionados supostos crimes praticados por políticos. Na mesma ocasião, Temer também indicou o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures para ser o interlocutor entre o empresário e o Planalto. Posteriormente, Loures recebeu uma mala contendo 500 mil reais em propina entregue em abril por um diretor da JBS. O destinatário do dinheiro seria o presidente.

O embate entre Janot e o presidente se agravou em junho, quando o procurador-geral enviou uma denúncia ao Supremo acusando o mandatário pelo crime de corrupção passiva.

A primeira denúncia contra Temer foi barrada no início de agosto pela Câmara dos Deputados. O presidente era investigado ainda por formação de quadrilha e obstrução da Justiça. Estima-se que o procurador apresentará uma segunda denúncia antes de deixar o cargo, em 17 de setembro.

CN/abr/ots