Farc confirmam sequestro de general na Colômbia
18 de novembro de 2014As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) confirmaram nesta terça-feira (18/11) o sequestro do general Rubén Alzate, a qual levou o governo da Colômbia a suspender as negociações de paz com a guerrilha no dia anterior. Ao mesmo tempo, as Farc propuseram um diálogo com o governo para discutir a situação.
As negociações, que buscam acabar com o conflito armado de 50 anos, deveriam ter sido retomadas nesta terça-feira. O presidente Juan Manuel Santos suspendeu as conversações até que os guerrilheiros libertem o general, capturado no último domingo na selva colombiana, junto a outras duas pessoas.
"Os três foram capturados por nossas unidades, por se tratarem de pessoal militar inimigo que, ao exercer sua função, se movimenta em área de operações de guerra", afirmaram as Farc em comunicado.
Alzate foi detido ao desembarcar de uma lancha civil e sem escoltas nas imediações da cidade de Quibdó. Santos criticou o general por ter aparentemente quebrado os protocolos de segurança e entrado numa "área vermelha" vestido de civil. A captura do militar colocou em risco as negociações que em dois anos conseguiram mais avanços no sentido do fim do conflito interno do que todas as tentativas anteriores.
"Trata-se de um acontecimento extraordinário. É a primeira vez que um general da República e do Exército é capturado pela insurgência", destacou Pablo Catatumbo, um dos negociadores das Farc.
Em coletiva de imprensa em Havana, onde as negociações vêm sido realizadas, Catatumbo disse que a guerrilha está disposta a chegar "a uma solução imediata, tranquila e justa para este problema". "O governo terá que estabelecer a comunicação com o secretariado das Farc e, como resultado dessas conversas, buscar a maneira de destravar a situação e dar uma saída ao impasse", prosseguiu.
Enquanto isso, as forças militares colombianas enviaram tropas à região onde Alzate foi capturado. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também está colaborando para alcançar a libertação do general, assim como Cuba e Noruega, países observadores das negociações de paz.
"O compromisso das Farc foi colocado à prova. Os avanços em direção ao fim do conflito e à reconciliação dependem da sua decisão", dissera Santos nesta segunda-feira. O presidente foi reeleito neste ano com a promessa de buscar um acordo de paz com a guerrilha.
LPF/rtr/dpa