Feira da Indústria de Hanôver enfrenta grandes desafios
7 de abril de 2003A Feira da Indústria de Hanôver é considerada um barômetro para o clima de negócios na Alemanha. Apesar da queda do número de expositores este ano, o presidente da Deutsche Messe, Klaus E. Goehrmann, não se deixa impressionar pela crise internacional. Ele permanece otimista de que o número recorde de novidades dará claros impulsos ao evento, apesar das circunstâncias econômicas, as mais duras dos últimos anos.
A maior mostra do ramo em todo o mundo vai de 7 a 12 de abril. Apesar de uma retração de 10%, a Hannover 2003 ainda conta com 6200 expositores de 62 países. Considerando a conjuntura, a guerra no Iraque e os intensos programas de poupança de numerosas empresas, Goehrmann declara-se muito satisfeito: "Estamos com 500 a 600 participantes a mais do que esperávamos".
O elemento compensador foi o decidido aumento do número de expositores estrangeiros: 3 mil contra 2,5 mil no ano passado. Dentre estes, a Itália está à frente, com 520 estandes (340 em 2002), seguida da China, com 282 (165). Em contrapartida, a participação alemã caiu 20%. A maior parte dos presentes este ano vem dos estados da Renânia do Norte-Vestfália (723 contra 940 no ano passado) e de Baden-Württemberg (710/843).
A crise do Iraque não permite um prognóstico do número de visitantes: "É preciso simplesmente esperar", declarou Goehrmann. De qualquer modo, a superfície da exposição irá limitar-se a 210 mil metros quadrados, 10% a menos do que há um ano, quando a freqüência foi de 244 mil pessoas. Com base na lição da feira de informática CeBIT, as empresas também enviaram menos funcionários.
Schröder apela por mais vagas para aprendizes
Ao inaugurar o evento, no domingo (06/04) à noite, o chanceler federal Gerhard Schröder lançou um apelo aos empresários alemães pela criação de mais vagas para aprendizes. Segundo o chefe de governo, faltam atualmente nas firmas do país 140 mil vagas para o aprendizado, que é uma fase indispensável na formação profissionalizante na Alemanha.
Schröder anunciou para as próximas semanas uma ofensiva dos ministérios alemães neste sentido, bem como o financiamento de 14 mil postos de aprendizes pelos cofres públicos federais. Isto, no entanto, não seria suficiente para compensar a falta de iniciativa das empresas. Segundo o chanceler, apenas 30% das empresas dedicam-se à formação de profissionais, enquanto 70% se esquivam da tarefa.
Sem medo de contágio
Apesar da ameaça da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), não haverá em Hanôver qualquer restrição para os expositores e visitantes oriundos do Extremo Oriente. Segundo o porta-voz da Feira de Hanôver, Ulrich Koch, "continuamos sendo um evento aberto para o mundo". Os que vierem das regiões da Ásia onde a doença já se alastrou serão tão bem-vindos quanto todos os outros.
Ele não compreende o comportamento dos organizadores da Feira de Relógios da Basiléia. Pouco antes da mostra que transcorre de 4 a 10 de abril, o governo suíço proibiu a presença de pessoal da China, Cingapura, Hong Kong e Vietnã nos estandes. Os expositores de Hong Kong consideraram a medida como uma espécie de exclusão, pois lhes é impossível conseguir novo pessoal, em tão curto tempo.
Hospitalidade à parte, Hanôver está preparada para eventuais casos da pneumonia fatal e altamente contagiosa. "Falamos com as autoridades de saúde e médicos: a feira não oferece risco extraordinário de contágio com a SRAG", tranqüiliza Koch, "mas é claro que estamos aptos a agir imediatamente. Caso alguém apresente sintomas de SRAG, o levaremos a uma das estações de isolamento dos hospitais de Hanôver."