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Feira de Frankfurt debate futuro do livro impresso

9 de outubro de 2012

Edição 2012 receberá cerca de 300 mil visitante e expositores de mais de cem países. Temas como multimedialidade, e-books e revolução digital serão abordados em uma série de eventos. Nova Zelândia será país homenageado.

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Eine Frau, die auf einer Leiter steht, räumt am Dienstag (14.10.2008) auf dem Gelände der Frankfurter Buchmesse an einem Stand Bücher in ein Regal ein (Illustration), im Vordergrund rechts ein weiteres Regal. Die Messe wird am Mittwoch (15.10.2008) offiziell eröffnet und soll bis zum kommenden Wochenende mehrere hunderttausend Besucher anziehen. Foto: Marijan Murat dpa/lhe +++(c) dpa - Bildfunk+++
Foto: picture-alliance/dpa

Quando 7.300 expositores de mais de 100 países reúnem-se, não deve faltar assunto para debate. Ainda mais ao se tratar de um setor tão frágil quanto o livreiro. Desta quarta-feira (10/10) a domingo, espera-se que cerca de 300 mil pessoas visitem a Feira do Livro de Frankfurt de 2013. Apesar de todas as adversidades dos tempos digitais, o evento ainda é o considerado o maior do setor mundo afora.

Muitos observadores veem a Frankfurter Buchmesse como uma feira de mídia, um enorme evento cultural. Porém, mesmo enfrentando novos concorrentes, o livro impresso continua sendo o centro das atenções.

A situação da indústria do livro não é particularmente boa no momento. Na Alemanha, país marcado pela cultura da leitura, as vendas recuaram em 2010 pela primeira vez em sete anos, somando 10 bilhões de euros. A maioria dos livros ainda é vendida em livrarias tradicionais, mas cada vez mais alemães compram o item pela internet.

Muitas editoras veem sua existência ameaçada. Por um lado, o livro digital aparece como concorrente para os livros impressos. Por outro, cada vez mais autores publicam seus textos na internet.

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Em 2010, as vendas de livros na Alemanha recuaram pela primeira vez em sete anosFoto: Fotolia/Africa Studio

Sem dúvida, o setor está diante de uma grande mudança. As opiniões divergem, porém, sobre para onde ele caminha. Algumas constantes parecem relativamente seguras. O número de livrarias diminuirá na Alemanha. A Amazon e outros sites continuarão a crescer. O segmento de livros de bolso está seriamente ameaçado. Livros eletrônicos, sob qualquer forma, terão uma maior participação no mercado. Todo o resto é especulação.

Tendências 2012

Cerca de 3 mil eventos estão planejados para a Feira do Livro de Frankfurt de 2012. Mil escritores são aguardados, entre eles autores internacionais de peso, como Richard Ford, Herta Müller e Martin Walser. Mesas-redondas sobre o futuro do livro e eventos sobre todos os ramos do setor livreiro fazem parte do programa.

A importante área dos livros infantis e juvenis receberá atenção especial nesta edição da feira. O ramo une mídias impressas e digitais como nenhum outro, afirma o diretor da Buchmesse, Juergen Boos. Multimidialidade é cada vez mais importante no setor livreiro.

Ao final da feira, mais pessoas também deverão estar familiarizadas com termos-chave como crowdfunding (leitores financiam os projetos de autores através da internet) e fanfiction (a continuação de livros populares como Harry Potter na internet).

Diferentemente dos EUA, onde os lucros obtidos com as vendas de e-books e self-publishing já são elevados, na Alemanha ainda há um mercado livreiro tradicional. Os e-books correspondem a apenas de 1% a 2% das vendas de livros no país.

Os muitos aparelhos de leitura surgidos nos últimos anos ainda não revolucionaram o comportamento dos leitores alemães. Muitos especialistas já preveem o fim de aparelhos como o Kindle, da Amazon, e o eReader, da Sony. Tablets e smartphones ganham a preferência dos usuários.

ARCHIV - Eine Frau hält am 21.10.2009in Hamburg das «Kindle»-Lesegerät für elektronische Bücher von Amazon. Der weltgrößte Online-Einzelhändler Amazon verkauft in den USA inzwischen deutlich mehr E-Books als gebundene Bücher. Foto: Marcus Brandt dpa/lno (zu dpa 0085 vom 20.072010) pixel
Leitores preferem tablets e smartphones a aparelhos como o Kindle, da AmazonFoto: picture alliance/dpa

É claro que a revolução digital, que abala o setor em seus alicerces, não poderia deixar de ser tema desta feira. As editoras tradicionais têm de se adaptar a novos canais de distribuição, levando em consideração as redes sociais e novos conceitos de marketing.

No contexto da revolução digital, também é preciso discutir questões ligadas ao preço dos livros e direitos autorais. Na Alemanha, o número de novos títulos continua a crescer, totalizando 82 mil em 2011. Mas o teto parece ter sido atingido. Como um possível sinal dos tempos, a gigante do setor de móveis e decoração IKEA já planeja reduzir o tamanho das estantes de livros que produz.

Nova Zelândia e China

As componentes clássicas da Frankfurter Buchmesse também estarão presentes nesta edição. O país homenageado deste ano é a Nova Zelândia. Cerca de 70 autores neozelandeses são aguardados.

Der chinesische Schriftsteller Liao Yiwu hält die Eröffnungsrede bei dem Literaturfestival Berlin Datum: 04.09.2012 Ort: Berlin ©Lin Yuli
Chinês Liao Yiwu, exilado na Alemanha, recebe Prêmio da Paz do Comércio Livreiro AlemãoFoto: Lin Yuli

Outro destaque da feira é a entrega do Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão. O autor chinês Liao Yiwu, exilado atualmente na Alemanha, será agraciado neste domingo, na Igreja de São Paulo em Frankfurt (Paulskirche). Yiwu ficou famoso por seus textos críticos sobre as condições da sociedade chinesa moderna. Apesar dos anos na prisão, da tortura e do impedimento de exercer a profissão, os livros do escritor foram impressos, sendo proibidos somente em seu país natal.

Autor: Jochen Kürchen (lpf)
Revisão: Francis França