Feira de TI reflete crise do setor
14 de outubro de 2002O setor de tecnologia de informação continua em baixa. Há dois anos, quando a euforia em torno da internet atingia seu ápice, os doze pavilhões da feira estavam lotados. Desta vez, a metade desta área é suficiente para abrigar a feira. Muitos dos antigos expositores já faliram, não tendo sobrevivido à crise do setor. Outros não têm condições de investir num estande na feira. Os prognósticos da associação do setor, BITCOM, já se tornaram bem mais cuidadosos.
Mas, como a esperança é a última que morre, o diretor da associação, Bernhard Rohleder, está otimista: "Contamos com uma recuperação da conjuntura para o próximo ano. Desta vez, a feira está expondo alguns segmentos em crescimento. No mais, temos que esperar até 2003, para ver se o mercado realmente se recupera".
Quanto ao mercado de trabalho, a situação não é nada boa. Após o corte de 28 mil empregos neste ano, Rohleder prevê uma melhoria só daqui a dois anos. Sobretudo porque a crise da tecnologia de informação na Alemanha ainda é pior do que a mundial: enquanto o mercado global diminuiu 3% este ano, o alemão se reduziu em 4%.
"Mas o setor ainda é bastante dinâmico", ressalva Rohleder. "Vai continuar havendo fusões e insolvências, mas não na quantidade registrada no ano passado. As empresas que participam da feira este ano reconheceram que têm potencial e condições de investir para participar deste evento."
Esta também é a opinião de Klaus Dittrich, da Feira de Munique, futuro coordenador da Systems. Para ele, o evento deve criar possibilidades de intercâmbio, sobretudo em tempos difíceis: "As empresas que estão participando este ano da feira vão mostrar produtos que já se consolidaram no mercado. Trata-se, portanto, de uma oferta mais saudável do que a de dois anos atrás".
Os organizadores da Systems não mediram esforços para tornar a feira atraente, convidando pessoalmente 500 mil pessoas com altos cargos. Além de dar uma idéia geral do que está acontecendo no setor, o evento pretende discutir temas atuais, como a segurança no setor de TI, além de promover um congresso europeu sobre UMTS.