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Feira em Barcelona comprova a força dos smartphones

Henrik Böhme (rc)25 de fevereiro de 2014

Disputa pelo mercado bilionário da telefonia celular está cada vez mais acirrada. Novas parcerias e mercados surgem em África, Ásia e América Latina, onde custo desempenha às vezes papel mais importante que a qualidade.

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Foto: AFP/Getty Images

Na feira de telefonia móvel em Barcelona, o primeiro alvoroço foi causado não por uma empresa telefônica ou por um provedor de serviços, mas pela montadora americana Ford. A empresa lançou em seu estande o novo modelo do Focus, um automóvel vendido em todo o mundo.

O presidente da Ford na Europa, Stephen Odell, fez questão de anunciar: "Aqui está o novo Ford Focus, e vocês são os primeiros a vê-lo." O automóvel é o primeiro modelo europeu com os novos sistemas de assistência para o conforto e segurança.

Isso tudo, em um evento do mundo digital. O local escolhido para o lançamento do novo modelo da Ford não foi o Salão do Automóvel de Genebra, que ocorre na próxima semana, mas o Congresso Mundial de Telefonia Móvel em Barcelona. O motivo é claro: a internet chegou também ao mundo automobilístico, onde milhões de carros estão conectados à rede.

"Em nossa opinião, o evento demonstra como os sistemas de transporte vão se desenvolver nos próximos cinco a dez anos ou mais, e quais tecnologias, modelos de negócios e parcerias serão necessários para esse fim", afirma Odell.

A perspectiva é de uma rede integrada, não apenas para os automóveis, mas para todos os meios de transporte. "Esse modelo de mobilidade é mais que uma visão. Está cada vez mais se tornando realidade, na qual trabalhamos nos dias de hoje", completa.

Aparelhos smart

Claro que a feira de Barcelona é primordialmente sobre a telefonia móvel – o que, no momento, significa smartphones e tablets de todas as formas, cores e tamanhos. Na capital da Catalunha, para poder admirar todas as novidades deve-se percorrer oito pavilhões, por onde as inovações estão adequadamente distribuídas.

A Samsung é a líder do mercado. Quase um em cada três smartphones vendidos em todo o mundo foi fabricado pela empresa coreana. Em comparação, a Apple, que não costuma expor em Barcelona, tem uma fatia de apenas 16% do mercado.

O lançamento do novo Ford Focus no Congresso Mundial de Telefonia Móvel
O lançamento do novo Ford Focus no Congresso Mundial de Telefonia MóvelFoto: DW/H.Böhme

Para manter a liderança, a Samsung lançou no Congresso Mundial de Telefonia Móvel o seu novo modelo Galaxy S5, além de diversas outras inovações, como um relógio inteligente. Os chamados aparelhos "smart" também estão sendo lançados por outros fabricantes, como a Sony e a chinesa Huawei, que já é a terceira maior fabricante de telefones em todo o mundo.

Novos mercados

Tudo isso demonstra o progresso no setor. Quase um bilhão de smartphones foram vendidos no ano passado, o que significa um crescimento de 42% em relação a 2012. Esse crescimento se deu principalmente na Ásia, na África e na América Latina.

Na China, o mercado da telefonia móvel é gigantesco. A Apple e a Samsung enfrentam a competição de empresas domésticas, pouco conhecidas no exterior, como Coolpad, Oppo ou Xiaomi.

Até alguns anos atrás, a Huawei também não era muito conhecida fora da China. Hoje em dia, porém, muitos fabricantes chineses estão aptos a produzir smartphones de boa qualidade, que não ficam atrás em termos de capacidade de processamento, design ou displays em relação aos concorrentes ocidentais.

Em Barcelona, no entanto, a tendência é dar menos importância à velocidade e aparência, mas sim aos preços acessíveis. Nos novos mercados, sobretudo nos em desenvolvimento, não é possível para muitos consumidores gastar quantias altas num smartphone novo. Basicamente, o que se deseja é acesso a internet.

A baixo custo

Empresas como a Nokia e a Mozilla querem aproveitar a oportunidade. A divisão de celulares da Nokia, que deverá em breve ser incorporada em definitivo pela Microsoft, apresentou em Barcelona um smartphone com o sistema operacional Google Android.

Até o momento, os dispositivos da Nokia operam com os sistemas Windows Phone. Entretanto, com a versão customizada do Android, é possível oferecer smartphones nos países emergentes e em desenvolvimento a preços abaixo de 150 euros.

A Fundação Mozilla, uma organização sem fins lucrativos, deverá baratear ainda mais o produto. Andreas Gal, vice-presidente da Mozilla Mobile, contou que a empresa desenvolve, em conjunto com o fabricante de chips Speadtrum, um aparelho que deverá custar apenas 18 euros.

A tendência das empresas em Barcelona é lançar produtos a preços acessíveis.
A tendência das empresas em Barcelona é lançar produtos a preços acessíveis.Foto: AFP/Getty Images

"Até o momento, apenas uma parte do mundo está conectada. Bilhões de pessoas desejam estar online nos próximos anos, muitos através dos smartphones", afirma. Segundo ele, grande parte desses consumidores não se encontra na Europa Ocidental ou na América do Norte, mas em América Latina, África e Ásia.

Via WhatsApp

A Mozilla lançou no ano passado em Barcelona o sistema operacional Firefox OS. Esse foi um desafio ao sistema operacional Android, do Google, que também é supostamente "aberto".

O Google tem seguramente mais funcionários na sede californiana da corporação em Mountain View do que a Mozilla no mundo todo, lembra Andreas Gal, que ressalta: "Mas temos muitos parceiro e apoiadores das Opensources que nos ajudaram a construir o Firefox OS. É exatamente esse grupo de apoiadores que nos permite competir com o Google", explica.

Essa é a base fundamental das Opensources. "Todos podem contribuir, qualquer um pode nos ajudar – mas todos se beneficiam", prossegue.

A batalha pelo mercado dos smartphones também pode ser empolgante. Em Barcelona, um novo competidor entrou nessa corrida. O Facebook acaba de adquirir o serviço de mensagens por celular WhatsApp, cujo presidente, Jan Koum, já anunciou que seu aplicativo também servirá em breve para ligações telefônicas – gratuitamente, é claro.