Festival de música traz quase dois milhões a Colônia
19 de agosto de 2002Durante este final de semana, Colônia foi palco da maior festa ao ar livre do mundo, com aproximadamente dois milhões de convidados. Os dez palcos montados ao longo da maior artéria da cidade, o Ring, apresentaram gratuitamente centenas de artistas, nacionais e internacionais, ao público composto principalmente por jovens.
A principal avenida da cidade ficou coberta de folhetos que divulgavam os mais variados shows e apresentações do final de semana. Ornamentos de todas as cores e tamanhos enfeitavam o ambiente. Latinhas de cerveja, garrafas de vidro e bitucas de cigarro completavam o visual no centro da metrópole. No alto, grandes faixas verdes indicavam ruelas pelas quais era possível sair da avenida abarrotada.
O clima quente ajudou muito a animar o público. Mais de 30 graus registravam alguns termômetros do centro da cidade. Muita cerveja, caipirinha e água (distribuída gratuitamente) serviram para matar a sede do pessoal. As avenidas centrais foram completamente ocupadas pelas barracas de coquetéis que serviam bebidas de todo o mundo, inclusive cerveja brasileira.
"O Ringfest é um super agito"
Pessoas de todas as partes do país vêm para o evento que acontece anualmente. É o caso de Silke e Stephan, que vieram de Berlim somente para participar da festa. "O clima, a música e as pessoas são algumas das razões que nos trazem para cá. Já estivemos 2 anos seguidos aqui, esta é a terceira de muitas outras", conta o casal berlinense.
Para Carmen (23), que vive e estuda em Colônia, este foi seu quarto ano de Ringfest. De acordo com ela, desta vez as ruas não entupiram como no ano anterior. "Ano passado você precisava de meia hora para atravessar cinco metros no meio de tanta gente. Isso é algo que incomoda, quando as ruas ficam muito cheias", afirma a estudante. Apesar de preferir freqüentar as discotecas durante o evento, ela acha que o legal da festa é a diversão garantida na rua. "Aqui sempre tem agito. Para aproveitar bem o que rola, eu me informo antes pela internet", explica Carmen.
Helena (19) já está pela terceira vez aqui e conta que dos outros anos para cá só melhorou. "Acho demais esse clima em torno das celebridades, dos astros. O clima quente também ajudou muito este ano", lembra a estudante de Düsseldorf. Além disso ela conta que acha o Ringfest menos violento que outras grandes festas como o Cristopher Street Day. "É um carnaval fora de época, com muito mais gente, calor delicioso e ótima música eletrônica", resume Helena.
Brasileiros marcam presença
A participação brasileira é bastante visível logo de início e ao longo de todo o Ring. Barracas que servem bebidas nacionais ao som de axé, pagode e muito samba colorem a avenida de verde-amarelo. A aglomeração em torno dos quiosques brasileiros aumenta conforme a festa avança noite adentro.
A atmosfera festiva das barracas atrai olhares de todas as partes. Muitos alemães se arriscam na pista de dança improvisada, acompanhando as mulatas que requebram ao ritmo do samba. "Eu amo isso daqui. O Ringfest é o Brasil na Alemanha e os alemães no Brasil", exclama a carioca Patrícia.
À tarde uma roda de capoeira reuniu um grande grupo de curiosos que acompanhavam atentamente os movimentos dos jogadores. Alguns deles vieram do Brasil há anos e atualmente trabalham em bares ou restaurantes brasileiros da cidade.
Festa termina em paz
Neste domingo (18) a festa teve seu último dia e apresentou grandes nomes da música pop internacional. As maiores atrações foram Bro´Sis e as cinco garotas do grupo No Angels, que se apresentaram no palco da emissora de televisão RTL.
O saldo do festival de música foi bastante positivo. "Muito calor, mas tudo muito tranquilo", resumiu o organizador do evento, Henning Röller. Também com a segurança correu tudo muito bem. Para os aproximadamente 250 policiais, a festa foi mais tranquila que em anos anteriores.