Fifa admite fraudes na escolha de sedes da Copa do Mundo
16 de março de 2016A Fifa reconheceu nesta quarta-feira (16/03) que membros do comitê executivo da entidade venderam no passado seus votos em eleições para sede da Copa do Mundo, incluindo a que definiu a África do Sul como sede do Mundial de 2010.
"Está agora evidente que vários membros do comitê executivo da Fifa abusaram de suas posições e venderam seus votos em várias ocasiões", diz a entidade máxima do futebol mundial num documento legal enviado a um tribunal dos EUA.
A Fifa também exige milhões de dólares de indenização dos acusados nas investigações sobre os escândalos de corrupção da Fifa que tramitam na Justiça dos Estados Unidos. Em recurso apresentado ao Ministério Público dos EUA, a organização pede o reembolso de dezenas de milhões de dólares por danos causados à entidade por 41 ex-funcionários e ex-dirigentes da Fifa.
Entre eles, estão os brasileiros Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, ex-presidentes da CBF. Teixeira e Del Nero, que foram durante anos membros do comitê executivo da Fifa, teriam que restituir aos cofres da entidade, segundo o requerimento, respectivamente, 3,5 milhões e 1,7 milhão de dólares, enquanto Marin deveria pagar 114 mil dólares.
A Fifa avaliou a quantia total da indenização a que teria direito em pelo menos 28,2 milhões de dólares.
Até agora, mais de 190 milhões de dólares já foram confiscado pela Justiça americana dos ex-funcionários de futebol e de marketing que se declararam culpados de corrupção – dinheiro que a Fifa pretende recuperar.
A Fifa alega ser "vítima de indivíduos corruptos", apesar da crítica generalizada de que a prática de suborno era incorporada à cultura da entidade máxima do futebol durante as presidências do brasileiro João Havelange e de Sepp Blatter, que foi forçado a sair do cargo devido aos escândalos após 17 anos à frente da organização.
"Os réus condenados abusaram dos cargos de confiança que detinham na Fifa e em outras organizações internacionais de futebol e causaram dano grave e duradouro", afirmou, em comunicado divulgado nesta quarta-feira o presidente da Fifa, Gianni Infantino, eleito no fim do mês passado.
"O dinheiro que embolsaram pertencia ao futebol mundial e era destinado ao desenvolvimento e à promoção do esporte. A Fifa, como organismo máximo do futebol mundial, quer este dinheiro de volta, e estamos determinados a obtê-lo, não importa quanto tempo leve", disse Infantino.
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