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Fillon mantém-se firme e apresenta propostas

4 de março de 2017

Mergulhado em escândalo de corrupção e cada vez mais isolado, candidato conservador à presidência francesa afirma que seu programa "ambicioso" é o único que pode restaurar a "vitalidade" do país.

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François Fillon, candidato à presidência na França
"Estão tentando atacar a recuperação nacional", diz Fillon sobre críticosFoto: Reuters/J.-P. Pelissier

O candidato conservador à presidência da França, François Fillon, sob pressão para que se retire da corrida eleitoral, afirmou neste sábado (04/03) que os ataques a ele são dirigidos contra as reformas que propõe. Ele defendeu suas propostas como o único futuro credível para o país e prometeu manter a candidatura.

"Preparei um programa ambicioso, o único a meu ver que pode restaurar a vitalidade da França", disse no comício em Aubervilles, no norte do país, em que apresentou suas propostas.

Leia mais: Aumenta pressão para que Fillon deixe corrida eleitoral

"Estou sendo atacado, mas através de mim, eles estão tentando atacar a recuperação nacional e a vontade de mudança de todos vocês. Não desistam! A França precisa de vocês", reforçou.

Antes favorito para derrotar a candidata de extrema direita Marine Le Pen, Fillon vem perdendo apoio desde que veio à tona o escândalo envolvendo a criação de cargos fictícios para sua esposa e dois filhos. Nesta semana, ele confirmou que será investigado, mas manteve sua candidatura.

A equipe de Fillon esperar reunir até 45 mil pessoas numa grande manifestação de apoio ao candidato marcada para este domingo, em Paris.

Fillon afirmou que, como presidente, pretende levar adiante uma "reforma ampla", porque, diante do desemprego, da desaceleração econômica e da situação das finanças públicas, é preciso uma "reação maciça".

O candidato do partido Os Republicano prometeu mais empregos, assegurando que entre suas prioridades está uma reforma trabalhista. O objetivo é flexibilizar o mercado de trabalho, pôr fim à jornada de 35 horas semanais e limitar as indenizações por demissão.

Sob pressão

Nesta sexta-feira a equipe de campanha de Fillon sofreu duas baixas: de seu diretor e do porta-voz do candidato. Também abandonaram a campanha dois diretores adjuntos, o tesoureiro e o porta-voz para questões de política externa.

Dezenas de deputados retiraram seu apoio ao candidato desde a revelação do suposto desvio de recursos públicos pela imprensa, há cerca de um mês. Pesquisas de opinião recentes apontam que o candidato não passaria para o segundo turno no pleito marcado para 23 de abril.

Segundo uma pesquisa de opinião divulgada nesta sexta-feira, uma candidatura de Alain Juppé, antigo rival de Fillon nas primárias do partido, poderia reverter a dinâmica da campanha eleitoral a favor dos conservadores. O levantamento do instituto Odoxa aponta que Juppé venceria o primeiro turno se substituísse Fillon, e poderia deixar Le Pen fora do segundo turno.

LPF/rtr/efe/dpa