Finlândia fechará as fronteiras para turistas da Rússia
29 de setembro de 2022O governo da Finlândia anunciou nesta quinta-feira (29/09) o fechamento das fronteiras para turistas da Rússia, após o aumento da entrada de russos no país depois da ordem de mobilização militar feita por Moscou. A medida entra em vigor a partir da meia-noite de sexta-feira.
"Essa decisão visa impedir completamente a atual situação do turismo russo para a Finlândia e o trânsito relacionado pela Finlândia", disse o ministro finlandês do Exterior, Pekka Haavisto.
Ao justificar a medida, o ministro citou danos para as relações internacionais finlandesas e disse que a mobilização russa teve um impacto significativo sobre a decisão.
Haavisto afirmou ainda que as supostas sabotagens nos gasodutos Nord Stream, no Mar Báltico, e os "referendos ilegais" promovidos por Moscou na Ucrânia também contribuíram para a decisão.
O fechamento das fronteiras é voltado apenas para turistas. Cidadãos russos ainda podem entrar no país europeu por motivos familiares, para fins de trabalho e estudo. Dissidentes políticos também podem ingressar na Finlândia por questões humanitárias.
Recrutamento não garante asilo
Segundo a ministra finlandesa do Interior, Krista Mikkonen, as restrições podem resultar no aumento do número de pedidos de asilo na fronteira e de pessoas entrando no país ilegalmente. A Finlândia compartilha uma fronteira terrestre de 1.340 quilômetros com a Rússia.
Mikkonen destacou que a convocação para a mobilização militar não é um motivo para o reconhecimento do asilo. Neste caso, o autor do pedido precisa demonstrar que está sendo forçado a cometer crimes de guerra ou está sujeito a punições desproporcionais.
Desde 1º de setembro, a Finlândia já havia reduzido a emissão de vistos para russos, inclusive de turista – num movimento visto como de solidariedade com a Ucrânia. Para tentar contornar as proibições de voos impostas por vários países europeus, russos estavam cruzando a fronteira com a Finlândia para viajar de lá para outras localidades na Europa.
Ao anunciar o fechamento das fronteiras, Haavisto destacou que as restrições impostas anteriormente não eram suficientes na atual situação.
cn/lf (AFP, AP)