Firmas irritam organizadores da Copa 2006
30 de janeiro de 2003O presidente do Comitê Organizador da Copa, Franz Beckenbauer, e o seu vice, Fedor Radmann, tiveram que ir a Dubai para a apresentação do 15º e último patrocinador da Copa do Mundo de Futebol de 2006 – a companhia aérea dos Emirados. Os dois emissários alemães fizeram isso com um sentimento misto, porque só três empresas alemãs serão parceiras da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no Mundial que vai começar em Munique no dia 9 de junho de 2006.
Os alemães representam 20% dos patrocinadores. Mas para Radmann é, decididamente, pouco demais e está longe de justificar a importância mundial para a Alemanha. "Nós e o governo alemão desejaríamos que fossem mais os patrocinadores alemães", disse o vice-presidente do comitê organizador, criticando a seguir algumas gigantes do empresariado nacional: "Me irrita que firmas grandes como a Siemens e a Lufthansa deixaram escapar a chance de se representarem no seu próprio país."
Alta contribuição
A Fifa, que dispõe de receitas muito maiores que as de 2002, segundo Radmann, havia exigido uma contribuição básica de quase 33 milhões de euros. A Lufthansa retirou sua candidatura, considerando a importância grande demais para os atuais tempos de crise, ameaça de demissão em massa e conflito trabalhista por causa de pequenos reajustes de salários.
A Volkswagen e a DaimlerChrysler estavam interessadas em contribuir com o patrocínio da Copa do Mundo, mas a Hyundai, com muita visão, lançou mão de uma condição pré-contratual e impediu que os alemães abocanhassem a nata da propaganda. É que em todos os filmes de propaganda da competição mundial vai aparecer um automóvel do patrocinador oficial. E em 2006 serão os da Hyundai.
Os 15 parceiros da Fifa para a Copa do Mundo de 2006 são: Adidas, Avaya, Budweiser, Coca-Cola, Continental, Deutsche Telekom, Emirates Airlines, Gillette, Fuji, Hyundai, MasterCard, McDonald's, Philips, Toshiba und Yahoo.
O logotipo fica
Radmann tem também uma posição clara sobre o logotipo polêmico da Copa, contra o qual algumas empresas alemãs de publicidade lançaram uma iniciativa. "Se algumas pessoas querem fazer críticas, elas têm todo o direito", reconheceu o vice-presidente do comitê, esclarecendo a seguir que foram feitas amplas consultas sobre o objetivo do logotipo. Por isso, ele foi enfático na sua resposta: "Não mudará nada no nosso logotipo." Este é formado por três rostos sorridentes, expressando a satisfação da Alemanha em hospedar a competição futebolística mais importante do mundo.
Os rumores de que as festas de abertura da Copa de 2006 seriam, pela primeira vez, separadas do jogo de abertura e se realizariam um dia antes da estréia do campeonato no novo estádio de Munique, foram desmentidas por Radmann. Essa idéia tem muitos defensores, mas seria apenas uma entre três opções, segundo ele, que não quis adiantar a decisão a ser tomada.
"Nós queremos surpreender todo mundo e, ao lado de representações musicais e artísticas, podemos até fazer um congresso literário com o Prêmio Nobel de Literatura Gabriel Garcia Marquez", disse Radmann no exercício de imaginação.