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Florestas doentes, mas estáveis

(pc)15 de julho de 2003

As florestas alemãs continuam doentes, por causa da poluição e outros males da industrialização. Mas o quadro geral melhorou em comparação há alguns anos, segundo relatório do Ministério da Agricultura.

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Uma árvore doente e solitária, numa paisagem de invernoFoto: AP

A ministra da Agricultura, Renate Künast (Partido Verde), causou uma certa polêmica, ao afirmar que as florestas estão mais saudáveis e bonitas e prever que a economia madereira tem futuro assegurado na Alemanha.

A floresta tem um valor emblemático para os alemães e a preocupação em salvar as áreas verdes tornou-se uma obsessão nacional a partir da década de 80. A expressão "Waldsterben", que significa "morte da floresta", incorporou-se ao idioma alemão.

Ela caracteriza o processo de destruição das florestas causadas por poluentes como o enxofre e o óxido nítrico. Estas substâncias são transportadas pela chuva e contaminam o solo. Os ácidos penetram no solo, atacam as raízes das árvores, que começam a perder folhas e acabam morrendo por falta de nutrição.

O combate à poluição é um processo lento. É preciso de 30 a 50 anos para se recuperar o equilíbrio ecológico. Mas os esforços empreendidos pelo governo federal conseguiram pelo menos estabilizar a situação. Há cinco anos quase metade das árvores perdiam folhas; hoje são apenas 29%.

No âmbito geral, um quinto da área florestal da Alemanha apresenta sinais claros de degradação; um terço está saudável e cerca de 40% a 45% está levemente estragada.

Embora tenha havido uma significativa redução da poluição atmosférica nos últimos anos, o solo continua contaminado com o óxido nítrico e a amônia depositados ao longo das últimas décadas.

As espécies mais afetadas pela poluição são os carvalhos, dos quais 32% apresentam perdas de folhas, e as faias (26%). A degradação dos pinheiros varia entre 13% a 26%, de acordo com as diferentes sub-espécies.

"Revolução agrária"

O governo alemão está combatendo a "morte das florestas" com medidas para diminuir a poluição atmosférica, proteger o clima e restruturar a política agrária e florestal.

A poderosa Associação para a Proteção ao Meio Ambiente e Natureza (BUND) admite que a nova política florestal está surtindo efeito, no sentido de diminuir a poluição do solo e proteger o lençol freático.

A poluição causada pelo amoníaco utilizado na pecuária foi reduzida em 20%, graças a uma melhoria da ração e técnicas, afirma a Federação dos Agricultores Alemães (DBV). Esta entidade pede que o governo conceda incentivos fiscais para a exploração da madeira como fonte de energia biológica.