FMI eleva previsão de crescimento para o Brasil em 2018
18 de abril de 2017O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve nesta terça-feira (18/04) a previsão de que o Brasil sairá da recessão neste ano e deverá crescer 0,2%. O órgão destacou, porém, que a estimativa depende de reformas econômicas e fiscais.
No relatório Perspectivas Econômicas Globais, o FMI afirma que a melhora da situação do Brasil é fruto de uma menor incerteza política, da distensão da política monetária e do avanço de programas de reformas.
Para 2018, o órgão prevê que a economia do país terá um desempenho ainda melhor, com um crescimento de 1,7%, dois décimos percentuais a mais do que o previsto pelo órgão em janeiro.
"Prevê-se que o crescimento se recupere gradualmente e se mantenha moderado. Com este pano de fundo, as perspectivas macroeconômicas do Brasil estão submetidas à implementação de ambiciosas reformas estruturais de caráter econômico e fiscal", acrescenta o relatório.
No documento, o FMI recomenda "reformas que abordem as obrigações de gastos insustentáveis, entre outras, no sistema de previdência social" e a adoção de "medidas que consigam uma redução do déficit fiscal no início do período".
Entre as medidas defendidas, o FMI salienta ainda a melhoria do ambiente de investimento e da produtividade através do combate aos eternos gargalos nas infraestruturas, da simplificação do código fiscal e da redução das barreiras ao comércio.
O Fundo advertiu, porém, que, no final de 2016, o investimento e o Produto Interno Bruto (PIB) ainda não tinham chegado ao ponto mais baixo e que em alguns dos estados do país a crise fiscal continua se aprofundando.
No relatório, o FMI constatou também que a inflação continua surpreendendo por seu baixo nível, o que aumenta as perspectivas de aceleração da expansão monetária.
Neste ano, o FMI prevê para o Brasil uma inflação de 4,4%, e para 2018, de 4,3%. Já o índice de desemprego, segundo as estimativas do órgão, subirá para 12,1% em 2017 e cairá para 11,6% em 2018.
Previsões mundiais
No relatório, o Fundo elevou em um décimo percentual sua previsão de crescimento da economia mundial em 2017, para 3,5%, e manteve em 3,6%, em relação à estimativa divulgada em janeiro.
O FMI destacou como fatores principais desta revisão, que coloca o PIB mundial quatro décimos acima da taxa de 3,1% registrada em 2016, a melhora dos prognósticos sobre China e Estados Unidos, neste último caso graças à expansão fiscal prometida pelo presidente Donald Trump.
Para a China, o órgão prevê um aumento de 6,6% neste ano, e para os EUA, um crescimento de 2,3% em 2017 e de 2,5% em 2018.
O relatório destaca ainda a recuperação do Japão, com uma alta de 1,2% para 2017, quatro décimos percentuais a mais do que o calculado em janeiro; a volta da Rússia a um nível de crescimento, com expansão de 1,4% para 2017 e 2018, e a solidez de Índia, que continuará à frente do crescimento global com taxas superiores a 7%.
CN/efe/lusa