FMI reduz previsão de crescimento para economia global
20 de janeiro de 2015Em relatório divulgado nesta terça-feira (20/01), o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo, em 0,3 ponto pencentual, a previsão feita em outubro. A organização projeta agora um crescimento global médio de 3,5% em 2015 e 3,7% em 2016.
"Novos fatores de apoio ao crescimento, os preços mais baixos do petróleo e também a depreciação do euro e do iene são mais do que compensados por forças negativas persistentes, incluindo os legados remanescentes da crise e o potencial menor de crescimento em muitos países", explicou o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em comunicado.
As novas previsões foram divulgadas poucos dias depois de a chefe do FMI, Christine Lagarde (foto), ter dito que a queda acentuada dos preços do petróleo e uma economia mais forte dos Estados Unidos provavelmente não seriam o suficiente para uma perspectiva positiva de crescimento global no decorrer de 2015.
Apesar da baixa do petróleo, o que está beneficiando a maioria dos países, o FMI estima que estes efeitos positivos sejam contrabalançados por fatores negativos, incluindo investimentos mais fracos e riscos geopolíticos, como a instabilidade no Oriente Médio e o conflito no leste ucraniano.
Em resposta ao rebaixamento, o FMI apelou para que governos e bancos centrais pratiquem políticas monetárias acomodatícias "através de outros meios" e de reformas estruturais para apoiar o crescimento nos próximos dois anos.
Em um relatório predominantemente sombrio, as projeções para as economias emergentes também foram amplamente reduzidas. As perspectivas para os exportadores de petróleo Rússia, Nigéria e Arábia Saudita são as piores.
Brasil deve crescer apenas 0,3%
Para o Brasil, o FMI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) deva crescer apenas 0,3% em 2015, principalmente devido à desaceleração na China. Está é a terceira vez que as projeções sobre o desempenho da economia brasileira são revistas. Em abril do ano passado, o fundo havia previsto alta de 2,7% para 2015. No relatório de outubro, a expectativa de crescimento caiu para 1,4%. A nova previsão reduz drasticamente o avanço da economia brasileira, que teve um crescimento estimado de 0,1% em 2014.
Os números divulgados nesta terça-feira também mostraram que a economia da China teve o seu crescimento mais lento em duas décadas, de apenas 7,4% – não alcançando assim a meta anual de 7,5%.
Blanchard afirmou que o crescimento mais lento da China prejudicará nações que importam produtos do mercado chinês, especialmente na Ásia. "Os riscos mais óbvios envolvem a estagnação na zona do euro, ou no Japão, ou em ambos", disse.
Para os EUA, o ano de 2015 tende a ser um pouco mais animador, com projeção de crescimento elevada de 3,1% para 3,6%, apesar da valorização do dólar.
PV/ap/rtr