FMI retoma programa de ajuda à Ucrânia
15 de setembro de 2016Depois de uma pausa ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou a liberação de uma nova parcela de seu pacote de resgate para a Ucrânia. A instituição financeira anunciou nesta quarta-feira (14/09), em Washington, uma transferência no valor de um bilhão de dólares, que havia retido temporariamente devido à insatisfação com o combate à corrupção na Ucrânia.
Após a mudança de poder na Ucrânia em 2014, o FMI lançou um abrangente pacote de apoio no valor de 17,5 bilhões de dólares para o país, cuja economia estava severamente enfraquecida. Desde agosto do ano passado, entretanto, não houve mais liberação de dinheiro. O FMI determinou a suspensão das remessas devido à não implementação de medidas de combate à corrupção e de austeridade econômica exigidas.
A entidade aprovou a continuidade dos pagamentos apesar de a Ucrânia ter falhado em alcançar várias metas do programa – em relação à limitação da dívida do país e ao aumento de suas reservas cambiais, por exemplo. As reformas exigidas pelo FMI são impopulares na Ucrânia, mas foram em grande parte aprovadas pelo Parlamento.
A diretora do FMI, Christine Lagarde, falou em progresso, mas pediu mais esforços contra a corrupção e melhores padrões de governança. Ela afirmou, em comunicado, que há "sinais de recuperação" no país, onde a "inflação retrocedeu rapidamente, e a confiança está melhorando", sendo esperado um crescimento econômico maior. Entretanto, ela ressaltou que uma recuperação sustentável requer "reformas estruturais na economia".
Desde o começo do conflito no leste da Ucrânia, a economia do país tem perdido fôlego. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu quase 10%. Com a atual remessa, a ajuda enviada pelo FMI ao país até agora chega a 7,6 bilhões de dólares.
Visita de Steinmeier e Ayrault
Nesta quinta-feira, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e seu homólogo francês, Jean-Marc Ayrault, visitaram a zona de conflito no leste ucraniano pela primeira vez desde o início da crise, no primeiro dia de vigência de um novo cessar-fogo na região.
Os ministros se reuniram em Kramatorsk com representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que informaram os políticos sobre violações da trégua e mostraram a eles minas e restos de granadas encontradas na região, controlada por tropas governamentais.
O novo cessar-fogo começou na noite desta quarta-feira. De acordo com Steinmeier, a trégua tem sido respeitada desde a meia-noite.
O cessar-fogo deve durar, a princípio, pelo menos uma semana, sendo apoiado pelos governos de Moscou e Kiev. No leste da Ucrânia, tropas do governo ucraniano e separatistas pró-Rússia vinham dando continuidade aos confrontos, violando repetidos acordos de trégua. O conflito, iniciado em 2014, já deixou mais de 9.500 mortos.
MD/lusa/afp/efe