Fracassa a compra da KirchMedia
5 de junho de 2003Nas últimas semanas, agravaram-se os desentendimentos entre os bancos credores e o grupo Power Rangers, de propriedade de Haim Saban, sobre a forma de financiamento da compra da KirchMedia. Em conseqüência disto, o investidor americano e o curador da massa falida da empresa alemã, Michael Jaffe, decidiram declarar como nulo o contrato assinado há cerca de três meses.
Um dos principais motivos para o fracasso da transação foi a divergência entre o grupo comprador, a administração da massa falida e os bancos credores sobre o valor dos dois objetos de negociação.
A curadoria da KirchMedia e os bancos consideravam os direitos de comercialização de 13 mil filmes de longa-metragem e de 3 mil séries de televisão como a parte central e mais valiosa da transação, inseparável da venda ProSiebenSat.1. Já o grupo Power Rangers demonstrava interesse apenas pelas três emissoras de televisão (ProSieben, Sat.1 e Kabel Eins). Os direitos sobre o arquivo de filmes não interessava a Haim Saban, que pretendia pagar o mínimo possível pelo pacote.
Solução difícil
Através da compra agora fracassada, Haim Saban teria assumido a metade do mercado de televisão na Alemanha. Na época do fechamento do contrato, não se revelou o preço de compra da ProSiebenSat.1. As especulações citavam, contudo, um montante estimado em 2 bilhões de euros. Além disto, a Power Rangers teria também de adquirir adicionalmente o arquivo de filmes – negócio acoplado ao da venda das emissoras de tevê.
Com a insolvência da KirchMedia declarada há mais de um ano, a divisão do antigo império de Leo Kirch e a venda das principais empresas poderiam ter sido a solução para a maior parte dos problemas relacionados à falência. Agora, um saneamento do império Kirch não será fácil.
Pouco antes da assinatura do contrato de compra por Haim Saban, a editora alemã Bauer Verlag, principal concorrente na disputa pela KirchMedia, retirou a sua oferta máxima de cerca de 2 bilhões de euros pela maioria das ações da ProSiebenSat.1, juntamente com o arquivo de filmes e séries de tevê. Os bancos credores reivindicam da KirchMedia o pagamento de dívidas num valor total de 1,9 bilhão de euros.