França põe 10 mil militares nas ruas após ataques
12 de janeiro de 2015Após os ataques terroristas que terminaram com 17 mortos em Paris e deixaram a nação em choque, cerca de 10 mil militares serão posicionados em locais estratégicos em toda a França, afirmou nesta segunda-feira (12/01) o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.
"O presidente pediu para que as Forças Armadas participem da segurança em pontos sensíveis no país", disse Le Drian após uma reunião de gabinete sobre a segurança nacional no Palácio do Eliseu.
Ele afirmou que o país ainda está sob risco de novos ataques: "As ameaças continuam, e temos que nos proteger delas. Esta é uma operação interna que vai mobilizar quase o mesmo número de homens que temos em nossas operações no exterior", explicou.
As vítimas dos ataques, que incluem jornalistas e policiais, perderam suas vidas durante os três dias de violência iniciados na última quarta-feira com o atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo. No período, a França chegou a ter 88 mil policiais nas ruas.
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou à imprensa que, dos 10 mil militares, 4,700 serão posicionadas em escolas judaicas e locais religiosos, após um dos ataques ter tido como alvo um mercado kosher.
Cooperação internacional
O primeiro-ministro Manuel Valls afirmou que haverá uma investigação parlamentar sobre como os ataques ocorreram. Em entrevista a uma rede de televisão, Valls disse que os investigadores continuam a buscar informações sobre como o ataque foi planejado e se os perpetradores teriam sido apoiados por uma rede de terrorismo.
Ele defendeu o isolamento dos radicais islâmicos nas prisões e ressaltou a importância de evitar que não haja excessos por parte dos legisladores, "estando cientes dos procedimentos excepcionais, mesmo após a violência que também foi excepcional em sua barbárie e requer uma resposta excepcional".
Após uma reunião com ministros do Interior de diversos países no domingo, Cazeneuve anunciou que os participantes concordaram em aumentar a cooperação internacional para evitar novos ataques.
Ele defendeu a criação de um banco de dados europeu com os nomes de passageiros de voos e afirmou que a Europa deve combater melhor, também na internet, a propagação de discursos de ódio.
RC/rtr/dpa