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França e Alemanha celebram juntas Dia D

(sv)3 de janeiro de 2004

As relações entre Berlim e Paris estão cada vez mais harmônicas: Chirac convida Schröder para as comemorações de 60 anos do desembarque dos Aliados na Normandia, quando estes libertaram a França e venceram os nazistas.

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Schröder e Chirac: cada vez mais próximosFoto: AP

O diário francês Libération anunciou há pouco que Jacques Chirac terá em 2004 sete grandes desafios a enfrentar. Entre estes está a visita (ou ausência) do presidente norte-americano George W. Bush à França, em 6 de junho próximo - dia em que, em 1944, os Aliados desembarcaram na Normandia, libertando a França das forças nazistas, acabando posteriormente com o regime na Alemanha e levando ao fim a Segunda Guerra Mundial.

Kohl ignorado - Até hoje, as comemorações do chamado Dia D eram feitas entre representantes das forças aliadas, explicitamente sem a presença dos chefes de governo alemães. Em 1994, por exemplo, o ex-premiê Helmut Kohl mostrou-se ofendido por ter sido ignorado pelo presidente francês François Mitterrand por ocasião das comemorações, apesar da proximidade entre os dois reinante na época.

Caráter simbólico - Hoje, dez anos depois, em tempos de dissonâncias entre Paris e Washington e de proximidade extrema entre Berlim e Paris, o presidente francês convida para o evento ninguém menos que o primeiro-ministro alemão, Gerhard Schröder. O diário Libération lembra neste contexto as ameaças da Casa Branca de “punir a França” por sua oposição à guerra no Iraque e ressalta o caráter simbólico do convite de Chirac a Schröder.

“País ingrato” - O conflito chegou a se tornar grotesco, quando os EUA propuseram retirar os restos mortais de seus soldados, enterrados na Normandia após os combates entre Aliados e forças nazistas, em 1944. De Washington, ouviam-se os ecos da “decepção”: “Um país tão ingrato quanto a França não merece acolher os ossos de seus libertadores”. Os moradores da Normandia apontaram o mencionado transporte de restos mortais como um absurdo completo, prefeitos da região protestaram, os planos foram esquecidos, mas a tensão entre Washington e Paris não cedeu.

Por essas e por outras, o próximo 6 de junho pode ser uma data decisiva para as relações transatlânticas entre os dois países. E tudo isso sob o olhar alemão. Acredita-se que Bush pode optar pela ida a Normandia, para jogar na cara da França sua “ingratidão”, ao não ter apoiado seus “libertadores” de então na recente guerra no Iraque. Em busca de apoio para essa espécie de banco dos réus informal, Chirac já tratou de buscar seu grande aliado de hoje na questão envolvendo o Iraque: o premiê Gerhard Schröder.

“Velha Europa” - Essa formação de uma frente representativa da “Velha Europa” é um sinal claro de Paris a Washington de que o pós-guerra já se encerrou há muito e de que hoje as relações teuto-francesas são as melhores. Diga-se de passagem, Gerhard Schröder é o primeiro chefe de governo alemão que não vivenciou pessoalmente a Segunda Guerra Mundial. Filho do pós-guerra, Schröder nasceu em 1944, poucas semanas depois do desembarque dos Aliados na Normandia.