Fraternidade Pio 10º
27 de junho de 2009
Apesar de críticas por parte do Vaticano e de bispos alemães, a ultraconservadora Fraternidade Sacerdotal São Pio 10º ordenou três padres e dois diáconos na localidade bávara de Zaitzkofen, nas imediações de Regensburg.
O ocorrido reacende o conflito entre o controverso agrupamento da Igreja Católica e o Vaticano. A Conferência dos Bispos da Alemanha havia advertido que considera a ordenação uma grave violação contra a ordem e o direito da Igreja. Na semana passada, o Vaticano já a havia condenado como "irregular".
"Zona limítrofe do direito eclesiástico"
Durante a missa celebrada no seminário de Zaitzkofen, os representantes oficiais da Igreja Católica na Alemanha voltaram a ser criticados. "Lamentamos a discriminação verbal que atualmente sofremos por parte de diversos bispos alemães", declarou o diretor do seminário, padre Stefan Frey, perante cerca de 1.500 pessoas.
Frey alegou que, no momento, a fraternidade só se encontra "em uma zona limítrofe do direito eclesiástico". Segundo ele, o Vaticano não exigiu que a fraternidade pare de conceder sacramentos. O bispo Bernard Fellay, superior da irmandade, declarou que Roma não proibiu as ordenações e que o Papa as tolera.
Após ter realizado ordenações nos EUA e na França nas últimas semanas, a fraternidade fez o mesmo na Alemanha. Os padres ordenados, entre 26 e 30 anos, são provenientes da Suécia, da Polônia e da Suíça; os diáconos são um belga e um tcheco. Outras cerimônias semelhantes deverão ser celebradas na Suíça, na segunda-feira próxima.
"Afronta contra unidade da igreja"
A Conferência dos Bispos da Alemanha considerou as ordenações uma provocação. O presidente Robert Zollitsch declarou que se trata de uma "afronta contra a unidade da Igreja". Além disso, o bispo de Regensburg, Gerhard Ludwig Müller, vem insistindo há meses que qualquer ordenação a ser realizada em sua diocese tem que ser autorizada por ele.
Há três semanas, a fraternidade já havia consagrado – sem autorização oficial da Igreja – uma capela em Fulda, desafiando explicitamente a autoridade dos bispos alemães.
SL/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler