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Fumaça de incêndios na Amazônia chega ao Peru

22 de agosto de 2019

Chamas consomem Floresta Amazônica no Brasil e na Bolívia há mais de duas semanas. Colômbia oferece ajuda para combater incêndios e ativistas marcam protesto para cobrar medidas do governo brasileiro.

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Imagens de satélite da Nasa mostram fumaça de incêndios na Amazônia
Imagens de satélite da Nasa mostram fumaça de incêndios na AmazôniaFoto: picture-alliance/dpa/NASA Earth Observatory/L. Dauphin

A fumaça dos incêndios florestais que afetam a Amazônia no Brasil e na Bolívia há mais de duas semanas chegou a algumas províncias do Peru, segundo o Centro de Operações de Emergência Regional (COER) do departamento de Madre de Dios.

Autoridades peruanas informaram na quarta-feira (21/08) que uma cortina fina de fumaça apareceu na última segunda-feira na província de Tambopata, situada na região de Madre de Dios, devido ao ar que chega proveniente dos dois países vizinhos.

O fenômeno é percebido pela população através de um cheiro não muito forte, e por enquanto as autoridades regionais não tomaram medidas de emergência. A qualidade do ar está sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Senamhi) e outras instituições competentes.

Diversos fogos de incêndio estão queimando a Floresta Amazônica no Brasil e na Bolívia. O Serviço Nacional Florestal e de Fauna Silvestre do Peru (Serfor) descartou, no entanto, que as chamas que se alastram pela região boliviana de Santa Cruz de la Sierra representem perigo para o território peruano.

Com relação ao Brasil, ainda não há dados oficiais sobre a dimensão do estrago causado pelos incêndios. Estima-se, porém, que milhares de hectares estão sendo consumidos pelo fogo nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de fogo em todo o país neste ano superam em 83% a quantidade registrada no mesmo período em 2018.

O presidente Jair Bolsonaro culpou a seca pela tragédia e, sem qualquer prova, chegou a acusar ONGs ambientalistas de estarem por trás das queimadas para suspostamente prejudicar seu governo.

Nesta quinta-feira, o presidente da Colômbia, Iván Duque, ofereceu ajuda aos governos vizinhos para combater os incêndios. "A tragédia ambiental na Amazônia não tem fronteiras e deve chamar a atenção de todos. Nós, do governo nacional, oferecemos aos países irmãos o nosso apoio para trabalhar conjuntamente em um propósito urgente: proteger o pulmão do mundo", escreveu o mandatário no Twitter.

O descaso do governo brasileiro com o meio ambiente tem sido alvo críticas da comunidade internacional. As imagens dos incêndios que já atingiram vários estados brasileiros, no entanto, dispararam um alerta mundial nesta semana e repercutiram em massa nas redes sociais, com intensa pressão para que as autoridades trabalhem para solucionar o problema.

Como parte dessa mobilização, circula nas redes a convocação para um protesto na sexta-feira, em frente à embaixada do Brasil em Bogotá, com o objetivo de cobrar medidas do país. Um protesto semelhante também foi convocado por grupos ambientalistas no Equador. Coordenado pelos ativistas do movimento Extinction Rebellion, os manifestantes se reunirão em frente à embaixada brasileira em Quito.

Uma ação semelhante foi convocada para a próxima segunda-feira em frente ao consulado brasileiro da cidade equatoriana de Guayaquil, uma das mais povoadas do país. O equatoriano ativista Beno Bonilla, do grupo Yasunidos, afirmou que a situação na Amazônia é dramática e representa uma séria ameaçada à humanidade.

Segundo Bonilla, esse fenômeno tem explicações na prática histórica de queimar grandes florestas para expandir as fronteiras agrícolas, uma atividade que no passado já mostraria efeitos negativos em áreas sensíveis como a Amazônia. O ativista equatoriano acredita também que a atual situação foi impulsionado por Bolsonaro que flexibilizou o controle ambiental.

CN/efe/afp

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