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Danos do furacão

(rw)23 de janeiro de 2007

Furacão Kyrill causou enormes danos florestais na Alemanha. Peritos calculam em um bilhão de euros os danos do setor silvícola. Ambientalistas apelam por fim da monocultura florestal.

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Monocultura torna bosques vulneráveisFoto: PA/dpa

O furacão Kyrill, que assolou a Alemanha na última quinta-feira (18/01), causou enormes danos florestais. Segundo o Conselho Alemão de Silvicultura, os fortes ventos destruíram em todo o país quase 20 milhões de metros cúbicos de madeira, o que corresponde a mais de 40 milhões de árvores. Mesmo assim, os danos não superam os causados pelos temporais Vivian e Wiebke, em 1990.

Enquanto a associação alemã de seguradoras calcula em um bilhão de euros o valor dos prejuízos causados pelo furacão em prédios e veículos, peritos contam com outro bilhão de euros em danos no setor silvícola. Em toda a Europa, calcula-se a destruição de cerca de 62 milhões de árvores.

A principal região atingida pelos ventos foi o centro do país. A Renânia do Norte-Vestfália foi o Estado mais atingido: calcula-se a perda de 25 milhões de árvores, principalmente coníferas, que sucumbiram à força dos ventos.

Como haverá muita oferta de madeira no mercado, seu preço deve cair em cerca de um terço, calcula o diretor do Conselho Alemão de Silvicultura, Stephan Schütte. Mas como a demanda atualmente está sendo mais alta do que o normal, acrescenta, é provável que o produto seja absorvido completamente pelo mercado já nos próximos seis a oito meses.

Plantio de árvores nativas

Entidades ambientalistas, como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), apelam para que se aproveite a ocasião para uma mudança de atitude. O WWF sugere, por exemplo, o replantio de árvores nativas, para voltar ao estado natural dos bosques.

"Muitas florestas alemãs mal conseguem resistir a furacões de inverno como o Kyrill, porque sua formação homogênea as torna vulneráveis ao vento", disse a especialista em silvicultura do WWF Nina Griesshammer nesta terça-feira (23/01) em Frankfurt. Embora um terço da superfície do país esteja coberto por florestas, apenas uma pequena parcela de 2 a 3% se assemelha à flora natural, acrescentou.

Ela sugere que monoculturas de coníferas sejam transformadas em florestas mistas, que assim não só passariam a ter a vantagem de reunir várias espécies. Isto também aumentaria a resistência dos bosques a influências externas, explica Griesshammer.