G20 cobra da Europa medidas de recuperação da economia
19 de junho de 2012Os países da zona do euro pretendem dar garantias de estabilidade da moeda comum. A meta mais importante deverá ser a de acalmar os mercados financeiros, reaver a confiança do investidor e fomentar um crescimento econômico contínuo. Do esboço da declaração final da cúpula do G20, em mãos da agência de notícias dpa, consta: "Os membros da zona do euro, reunidos no G20, irão tomar todas as medidas políticas necessárias para assegurar a integridade e estabilidade da união monetária".
Os Estados que adotam o euro precisam romper com o círculo vicioso de bancos deficientes e dívidas públicas incontroláveis. Todas as economias líderes do planeta, ou seja, os países que pertencem ao G20, prometem adotar medidas em prol de um maior crescimento e se esforçar para reaver a confiança dos investidores.
O euro deve manter-se estável
Os países do G20 apostam na cooperação, a fim de reaquecer a economia mundial. "Vamos agir juntos para fortalecer a recuperação econômica e reduzir as tensões nos mercados financeiro", consta do esboço, que deverá ser aprovado ao fim do encontro nesta terça-feira (19/06).
O primeiro dia da cúpula na cidade mexicana de Los Cabos foi dominado por discussões acerca da estabilidade do euro. Os EUA, a China e a Índia demonstraram preocupações com a situação na Europa. Estes países temem que a crise de endividamento nos Estados da UE arraste consigo a economia mundial.
O presidente sul-coreano, Lee Myung Bak, conclamou com insistência os europeus a realizarem as reformas necessárias. Segundo ele, mesmo que este passo seja doloroso, somente um redirecionamento do sistema financeiro da zona do euro poderá minimizar os riscos para a economia mundial.
Barroso: "Não vamos aceitar que nos deem lições"
O presidente da Comissão da UE, José Manuel Durão Barroso, e a premiê alemã, Angela Merkel, revidaram as acusações de que os europeus sejam os responsáveis pela crise de endividamento. Segundo Merkel, não apenas a Europa, mas todos os continentes precisam contribuir para solucionar o problema.
"Não vamos aceitar que nos deem lições", afirmou Barroso. Alguns dos países do G20, segundo ele, não têm nem ao menos um regime democrático e não podem, por isso, dar lições de moral à Europa. Além disso, completou Barroso, a crise atual começou nos EUA e só atingiu posteriormente os bancos europeus. Tendo em vista a situação na Espanha, declarou o presidente da Comissão Europeia, é preciso encontrar um caminho que auxilie os bancos em dificuldades, mas que não passe pelo Estado.
Merkel e o presidente norte-americano Barack Obama também deram declarações a respeito da situação na zona do euro. Os dois chefes de governo afirmaram que estão de acordo em relação à necessidade de mais medidas visando à integração política na Europa.
Recentemente, Obama conclamou os europeus diversas vezes a se esforçarem para aplainar a crise de endividamento na zona do euro. Os problemas na Europa abalam cada vez mais a economia mundial, gerando insegurança nos mercados financeiros. Isso prejudica as tendências de recuperação da economia norte-americana e consequentemente também a criação de novos empregos no país. A taxa relativamente alta de desemprego nos EUA reduz, por sua vez, as chances de Obama de ser reeleito nas próximas eleições presidenciais, a serem realizadas em novembro.
Desemprego entre jovens deverá ser combatido
Outro destaque da cúpula do G20 é a criação de um plano de ação por maior crescimento e sobretudo por mais empregos para os jovens. Segundo Merkel, a meta é realizar reformas estruturais, sanear o orçamento e gerar impulsos ao crescimento. Todos os países, salientou a chefe de governo alemã, têm suas tarefas de casa a serem cumpridas.
A cúpula do G20 em Los Cabos é a sétima desde novembro de 2008, quando os chefes de Estado e governo das principais nações industrializadas e emergentes do mundo se reuniram pela primeira vez, a fim de discutir a respeito do sistema financeiro mundial.
SV/rtr/dpa/afp,/dapd
Revisão: Carlos Albuquerque