Gauck condena "lado escuro" da Alemanha
26 de agosto de 2015Ao visitar um abrigo de refugiados nos arredores de Berlim nesta quarta-feira (26/08), o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, condenou a violência contra imigrantes e requerentes de asilo, dizendo que a Alemanha tem um lado "claro" e um "escuro".
"Há uma Alemanha clara, que se mostra brilhante em contraste com a Alemanha escura, que percebemos quando ouvimos falar em ataques contra abrigos para requerentes de asilo ou mesmo em atos xenófobos contra pessoas", afirmou Gauck.
Durante a madrugada desta quarta-feira, um homem encapuzado havia jogado um artefato incendiário através da janela aberta de um prédio previsto para receber 56 requerentes de asilo em Leipzig, no leste da Alemanha. O dano se limitou à queima de um colchão.
Uma testemunha alertou os bombeiros rapidamente, evitando maiores prejuízos. "Estamos lidando com um ataque covarde, perpetrado por pessoas que não têm humanidade", condenou o prefeito de Leipzig, Burkhard Jung.
A Alemanha registrou recentemente uma série de ataques a abrigos de refugiados em planejamento ou já em atividade. Em diversas cidades, protestos de militantes de extrema direita diante desses lugares chegaram a provocar tumultos.
Bêbados invadem abrigo
Na cidade de Parchim, também no leste da Alemanha, no estado de Mecklenburg-Vorpommern, dois homens bêbados armados com uma faca invadiram um centro de refugiados na noite de terça-feira, de acordo com a polícia. Eles fugiram quando os residentes alarmaram os vigias do prédio, mas foram presos logo depois.
Na madrugada de segunda para terça-feira, um ginásio de esportes que estava sendo preparado para abrigar requerentes de asilo em Nauen, nos arredores de Berlim, foi danificado por um incêndio. Ninguém ficou ferido. A polícia suspeita que o incêndio foi proposital.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, também fez nesta quarta-feira uma visita ao centro de acolhimento de refugiados em Heidenau, perto de Dresden. No último fim de semana, a cidade foi palco de confrontos entre a polícia e neonazistas, nos quais mais de 30 policiais ficaram feridos.
MD/afp/dpa