Gelsenkirchen, tradição e febre de bola
26 de março de 2005Ao andar pelas ruas de Gelsenkirchen, o visitante respira história. A cidade, que existe desde a Idade Média, exibe uma impressionante coleção de castelos. Entre os mais importantes estão o Wasserburg (construído no início do século 14), o Horst (do século 13) e o Schloss Berge (o mais antigo deles, erguido em 1248). Atrações que fazem da cidade uma parada obrigatória para os turistas que visitam a Renânia do Norte-Vestfália e buscam entender um pouco mais da evolução da Alemanha e da Europa.
Além dos castelos, a cidade tem ainda parques, museus e outros edifícios históricos que enchem os olhos de visitantes de todo o mundo. O Schloss Berge abriga um festival de verão, atraindo até 500 mil visitantes anualmente à cidade. Em complemento ao grande acervo histórico de Gelsenkirchen, a cidade ainda tem parques temáticos (como o Movie World), jardins, teatros, centros culturais e uma variada opção de eventos musicais (que inclui até uma orquestra filarmônica).
Esporte nas veias
Porém, a maioria dos 275 mil habitantes de Gelsenkirchen têm algo em comum: a paixão pelo esporte e, mais especificamente, pelo futebol. Prova disso é o fato de a cidade ser a casa de vários centros de condicionamento físico – o mais famoso deles é o Sport-Paradies (Paraíso dos Esportes), onde habitantes e visitantes podem praticar modalidades na água e no gelo. Fato raro na Alemanha: três vezes por semana, o Sport-Paradies fica aberto até às 22 horas.
Sede de um dos mais tradicionais clubes de futebol da Alemanha, o Schalke 04 – que completou 100 anos de existência no ano passado –, o município tem um dos melhores estádios da Europa. O Arena AufSchalke se prepara para abrigar cinco jogos da Copa do Mundo: quatro na primeira fase e um nas quartas-de-final. O campo recebeu cotação máxima (cinco estrelas) em recente avaliação da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Com capacidade para até 60 mil espectadores, o AufSchalke se enquadra dentro do conceito high tech planejado para os estádios-sede da Copa 2006: se necessário, a parte superior da arena pode ser totalmente fechada – o que pode ser de grande ajuda em caso de forte chuva durante os jogos. Um sistema de esteiras permite que o gramado do estádio seja transferido para o lado de fora – assim, o campo recebe todo o sol de que precisa, é mantido em "boa forma" e garante o sucesso do espetáculo esportivo.
Economia em transformação
Assim como outras cidades da Renânia do Norte, como Dortmund, Gelsenkirchen também era um grande centro de mineração. Desde que a extração de carvão entrou em declínio, nos anos 60, a economia da cidade sofreu as conseqüências: indústrias foram desativadas, postos de trabalho foram fechados e o município sofreu uma forte emigração. A cidade, que tinha mais de 380 mil habitantes em 1961, hoje tem 275 mil.
A cidade busca uma alternativa para sua economia já há algumas décadas. Uma das soluções encontradas para o declínio do extrativismo – a última mina de Gelsenkirchen foi fechada em 1998 – foi o turismo. Aliando os resquícios de antigas minas e os galpões de indústrias desativadas às suas belezas naturais, a cidade tem conseguido atrair eventos culturais e de negócios.
Gelsenkirchen tem também uma política agressiva de atração de investimentos e oferece infra-estrutura para empresas interessadas em se instalar na cidade. Entre os segmentos que já começaram a se desenvolver no município está o de fontes alternativas de eletricidade – a cidade desenvolveu o projeto "Gelsenkirchen mostra o seu sol", pregando os benefícios da energia solar, que já abastece companhias instaladas na cidade.