Goethe reafirma importância do alemão na integração social
3 de dezembro de 2014Quais são os potenciais da língua alemã? Como ela se desenvolve? E qual o papel que ela pode e deve desempenhar no futuro? Ao longo de um ano, o Instituto Goethe procurou respostas para essas questões, em cooperação com a redação do dicionário Duden, o Instituto da Língua Alemã e a Associação para a Promoção da Ciência na Alemanha (Stifterverband für die deutschen Wissenschaft).
Lançada em janeiro sob o título Alemão 3.0, a iniciativa uniu várias organizações da sociedade alemã, desde a cultura até a ciência, promovendo cerca de 60 eventos na Alemanha e no exterior. O objetivo era fomentar o debate sobre a língua alemã.
Assim, estudantes filosofaram sobre as facetas multiculturais de sua linguagem cotidiana. Especialistas debateram o futuro do alemão como língua científica. A Academia das Ciências de Berlim discutiu sobre o futuro dos dicionários. Jovens refletiram sobre como os novos meios de comunicação influenciam a sua linguagem.
A tarefa do Instituto Goethe é promover a língua alemã em todo o mundo, lembrou o presidente do instituto, Klaus-Dieter Lehmann, durante a cerimônia de encerramento do projeto Alemão 3.0, em Berlim. No entanto, é importante que o fomento da língua alemã comece na própria Alemanha. Pois, no exterior, as pessoas acompanham com interesse como os nativos lidam com a língua. "Isso pode motivar ou desmotivar alguém a aprender alemão", afirmou.
A crescente mobilidade das pessoas, a globalização e a digitalização não apenas moldam, mas também modificam a língua, afirmou Lehmann. Para prepará-la para o futuro, é preciso conhecê-la profundamente. Por isso, segundo ele, a iniciativa Alemão 3.0 atraiu um grande interesse, tanto nos eventos como na internet.
A língua é a chave para integração social
Todos os debates promovidos pela iniciativa Alemão 3.0 foram documentados. Segundo o secretário-geral do Instituto Goethe, Johannes Ebert, as discussões evidenciaram a importância do multilinguismo na Europa, especialmente na Alemanha, que é um país de imigração. "Para se integrar na sociedade alemã, é preciso falar a língua", frisou.
Por outro lado, empresas que atuam internacionalmente se beneficiam de empregados que falam várias línguas. Dominar um idioma se tornou um diferencial que compensa. Quem consegue se comunicar com um parceiro de negócios na língua dele, muitas vezes tem as melhores cartas e, posteriormente, mais encomendas.
Uma tese do Alemão 3.0 é que a busca por cursos de relações interculturais e línguas estrangeiras continuará crescendo. Nesse contexto, a língua alemã é a chave para a integração profissional e social de trabalhadores estrangeiros na Alemanha.
O mesmo vale para as universidades: 15% dos estudantes em universidades alemãs já são estrangeiros. "Em poucos anos serão 25%", disse o vice-secretário-geral da Fundação para a Ciência Alemã, Volker Meyer-Guckel.
Cerca de 70% daqueles que completam seus estudos gostariam de ficar na Alemanha. Mas apenas um em cada quatro consegue. O motivo mais comum: a falta de conhecimentos suficientes da língua alemã, algo que não chama a atenção durante os estudos, já que há cada vez mais cursos em inglês.