Afeganistão
7 de fevereiro de 2007O governo federal alemão decidiu-se, nesta quarta-feira (07/02), pelo envio de seis aviões de reconhecimento do tipo Tornado para o Afeganistão. A decisão final deverá ser votada em março pelo Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão. A aprovação, no entanto, é tida como certa.
Neste caso, os Tornados alemães já poderiam entrar em ação em abril próximo. Contrariamente aos planos iniciais, os aviões atuariam não somente no sul do país, mas em todo o Afeganistão, como anunciou o ministério alemão da Defesa nesta terça-feira (06/02).
Os custos de operação dos seis aviões equipados com sensores especiais de reconhecimento estariam em torno dos 35 milhões de euros semestrais. Ataques aéreos estão, expressamente, fora de cogitação.
Mandato limitado
Paralelamente ao mandato existente para a participação alemã na Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), o novo mandato estipula a atuação alemã somente até o dia 13 de outubro próximo e a um adicional de no máximo 500 soldados.
Na capital Cabul e no norte do Afeganistão, as Forças Armadas alemãs já estão presentes com um contingente de três mil soldados.
Para a aprovação do novo mandato, deputados de todas as bancadas exigem, no entanto, maiores informações sobre a planejada atuação. Em entrevista ao jornal Südkurier, a vice-presidente da bancada do Partido Liberal, Birgit Homburger, informa que a anuência de seu partido depende da comprovação, por parte do governo, de um conceito integrado de melhor cooperação entre civis e militares e de reconstrução do país.
Reinhard Bütikofer, presidente do Partido Verde, aprova a atuação das Forças Armadas alemãs no Afeganistão. Bütikofer não deixou claro, todavia, a posição de sua bancada quanto ao envio dos Tornados. "Primeiramente, devemos conhecer muito bem o novo mandato sugerido pelo governo federal alemão, antes que os Verdes digam sim ou não", declarou Bütikofer ao Südkurier.
Críticas de organizações de ajuda humanitária
No último encontro de cúpula da Otan, em novembro último em Riga, a chanceler federal Angela Merkel recusara o pedido urgente do secretário-geral do grêmio para uma maior participação alemã no sul do Afeganistão.
Na ocasião, a chanceler advertiu para a grande presença alemã no norte do país. Desta vez, são organizações de ajuda humanitária que advertem para os perigos da nova atuação alemã.
A organização Medico International criticou a planejada missão por deslocar ainda mais o foco para atuação militar. Já a organização Help advertiu para os perigos de os ajudantes civis serem confundidos com os soldados das forças de atuação pela população local.
Para ver de perto à situação, Franz Josef Jung, ministro alemão da Defesa, fez nesta segunda e terça-feira (05 e 06/02) uma visita surpresa às tropas alemãs no centro de atuações em Masar-i-Sharif e na capital Cabul. Por motivos de segurança, a visita foi mantida em segredo.