Governo alemão critica acordo nuclear entre França e Líbia
27 de julho de 2007O plano de construção de um reator nuclear com tecnologia francesa na Líbia foi criticado pelo governo federal alemão. "Do ponto de vista político, esse negócio é problemático", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Gernot Erler, ao diário Handelsblatt, na sua edição desta sexta-feira (27/07).
De acordo com ele, a exportação de tecnologia nuclear atinge interesses europeus na área de segurança. Por isso, o governo alemão deveria ter sido consultado sobre o acordo entre a França e a Líbia, assinado nesta quarta-feira pelo presidente Nicolas Sarkozy e pelo ditador líbio Muammar al-Gadaffi. O acordo prevê a instalação de um reator nuclear na Líbia.
Já o vice-líder da bancada do SPD no Parlamento, Ulrich Kelber, acusou o presidente francês de ter se envolvido nas negociações para libertação das enfermeiras búlgaras apenas para obter contratos para a indústria francesa.
"Trata-se de um show, de uma forma primitiva de fazer valer seus interesses. Isso nós conhecemos apenas de déspotas, mesmo o presidente Bush é, perto dele, um noviço", disse Kelber ao jornal Passauer Neue Presse.
O líder da CDU/CSU no Bundestag (câmara baixa do Parlamento), Karl-Theodor Freiherr zu Guttenberg, concordou com as críticas vindas do Ministério das Relações Exteriores. "Seria desejável se tais passos fossem dados com a concordância de toda a Europa", declarou ao mesmo jornal.
O presidente da Comissão de Assuntos Externos do Bundestag, Ruprecht Polenz, criticou o acordo nuclear entre os dois países. "A Líbia continua sendo, do meu ponto de vista, um país instável e no qual os direitos humanos não são respeitados." (as)
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