Energia nuclear
6 de setembro de 2010Depois de mais de 12 horas de debates neste domingo (05/09), em Berlim, o governo alemão concordou em prorrogar as atividades das usinas nucleares no país.
Segundo os planos oficiais, as unidades mais recentes, construídas depois de 1980, funcionarão por mais 14 anos do que o originalmente programado, durante o governo do então chanceler federal Gerhard Schroeder. Já as plantas mais antigas deverão permanecer ativas por mais oito anos.
Centenas de manifestantes haviam protestado neste domingo (05/09) em frente à sede do governo, em Berlim, contra o encontro que reuniu a chanceler federal Angela Merkel, o ministro do Exterior e líder do Partido Liberal (FDP), Guido Westerwelle, e Horst Seehofer, da União Social Cristã (CSU), além de outros parlamentares. Alguns dos manifestantes carregavam cartazes de protesto contra o uso da energia nuclear.
Resistência da oposição
Um relatório apresentado pelo governo na última semana apontou que, sem energia nuclear, a Alemanha jamais estará em condições de reduzir, até 2050, suas emissões de CO2 em 80% dos valores registrados em 1990.
Políticos da oposição e grupos de ambientalistas criticam o relatório, apontando o documento como uma mera estratégia de lobby em prol da energia nuclear, encabeçada pela conservadora União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel.
"O governo alemão está comprando uma das maiores brigas sociais sem razão alguma", afirmou Sigmar Gabriel, ex-ministro do Meio Ambiente e líder da oposição social-democrata. Pesquisas apontam que os alemães, em sua maioria, gostariam de ver um fim do uso de energia nuclear no país. A Alemanha tem 17 reatores nucleares em atividade, responsáveis por 22,6% do consumo de eletricidade de todo o país.
Autora: Catherine Bolsover (sv)
Revisão: Roselaine Wandscheer