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Governo faz apelo a ativistas do clima em greve de fome

20 de setembro de 2021

Jovens acampados em Berlim estão sem comer desde o dia 30 de agosto e ameaçam parar de ingerir líquidos. Eles exigem conversar com candidatos a chanceler sobre a crise climática.

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Jovens ativistas em acampamento pelo clima
Grupo está acampado em parque próximo ao Bundestag, em BerlimFoto: ODD ANDERSEN/AFP

O governo alemão pediu nesta segunda-feira (20/09) a jovens ativistas pelo clima que estão há semanas em greve de fome em um acampamento em Berlim que não coloquem a saúde deles em risco.

O porta-voz da chanceler federal, Angela Merkel, fez o apelo depois de os ativistas, que estão sem comer desde o dia 30 de agosto, terem ameaçado também parar de ingerir líquidos.

Os manifestantes fazem parte de um grupo chamado "A última geração" e estão em um parque próximo ao Palácio do Reichstag, o prédio do Parlamento alemão. Diversos deles já receberam atendimento médico depois de terem desmaiado.

Eles disseram que seguirão em greve de fome até que os três candidatos a chanceler federal da Alemanha mais bem posicionados nas pesquisas concordem em conversar com eles até a noite desta quinta-feira sobre a emergência climática.

As eleições para o Bundestag serão realizadas neste domingo. O partido que tiver o maior número de deputados eleitos deve indicar o novo chanceler federal do país, após 16 anos de governo liderado por Merkel.

Pressão aumenta com proximidade da eleição

Os três candidatos em questão são Annalena Baerbock, do Partido Verde, Armin Laschet, da União Democrata Cristã (CDU), a legenda de Merkel, e Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), que atualmente lidera as pesquisas.

A emergência climática tem sido um tema central na campanha eleitoral alemã, especialmente depois que o país foi atingido, em julho, por enchentes devastadoras que deixaram mais de 180 mortos.

Uma pesquisa encomendada pela emissora de TV pública ZDF mostrou que a crise climática e o meio ambiente são o assunto mais urgente para 43% dos entrevistados, à frente da pandemia de covid-19 e da imigração.

Porta-voz do governo preocupado

Em reação ao anúncio dos ativistas, Steffen Seibert, porta-voz de Merkel, disse que apesar de as mudanças climáticas serem um tema "imensamente importante", as conversas devem ocorrer em circunstâncias nas quais "um dos lados não coloca a si mesmo em risco".

"Ações que coloquem a saúde em perigo, como essa greve de fome, como a ameaça de não ingerir mais líquidos, precisam ser motivo de preocupação com os jovens que estão participando", disse Seibert.

A agência de notícias alemã DPA disse que Seibert recusou-se a responder se Merkel planejava intervir de alguma forma.

Milhares de ativistas pelo clima, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, devem participar de um protesto em Berlim na sexta-feira, dois dias antes das eleições para o Bundestag.

Os três candidatos a chancelar já pediram que eles encerrem a greve de fome, e se dispuseram a encontrar com os ativistas depois da eleição.

bl (AP, dpa)