Governo brasileiro condena ataque a sinagoga em Jerusalém
20 de novembro de 2014Em nota emitida nesta quarta-feira (19/11), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro reprova o ataque a uma sinagoga em Jerusalém Ocidental ocorrido no dia anterior, o mais sério atentado contra judeus na cidade desde 2008.
"Neste momento de pesar e consternação, o povo e o governo brasileiro manifestam a sua solidariedade com as famílias enlutadas", diz o texto. O atentado deixou cinco mortos e oito feridos.
A nota destaca o apoio brasileiro à "solução de dois Estados, Israel e Palestina, convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas". "O governo brasileiro confia na capacidade das lideranças israelenses e palestinas de reduzir a tensão na região e dar seguimento às negociações de paz."
O Itamaraty também destacou que o Brasil condena de maneira "categórica" práticas terroristas, seja quais forem as motivações.
O ataque desta terça-feira foi reivindicado pelas Brigadas Ali Abu Mustafa, braço militante da radical Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, de ser parcialmente responsável pelo atentado. Abbas, por sua vez, também reprovou o incidente, afirmando desaprovar o assassinato de civis em ambos os lados.
Antes do Brasil, outras lideranças internacionais – como o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier – também haviam condenado o ataque à sinagoga.
Neste ano, o Brasil já teve atritos com Israel ao se pronunciar sobre o conflito israelo-palestino. Em julho, o Itamaraty publicou duas notas sobre a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, condenado "energicamente o uso desproporcional da força por Israel".
Em resposta, o governo israelense chamou o Brasil de "anão diplomático". Alguns dias depois, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, telefonou a Dilma Rousseff e pediu desculpas pelas declarações feitas pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense.
LPF/abr/afp/rtr/dpa/ap