Governo britânico vai investigar atuação da polícia contra David Miranda
23 de agosto de 2013O advogado David Anderson, que atua como revisor independente das leis antiterrorismo na Grã-Bretanha, irá apurar se os procedimentos seguidos pelos agentes em Heathrow ocorreram "conforme a lei e de maneira adequada e humana", como escreveu em uma carta à ministra do Interior Theresa May.
O Supremo Tribunal britânico acatou na quinta-feira (22/08) um recurso feito pela defesa de Miranda para impedir que os arquivos digitais que ele levava consigo no momento em que foi detido, no último domingo, sejam copiados ou divulgados pelo governo. Os juízes decidiram que o material não pode ser divulgado até o dia 30 de agosto e que a polícia londrina não poderá utilizá-los, caso não consiga provar até este prazo que seu conteúdo afeta a segurança nacional.
A advogada de David Miranda, Gwendolen Morgan, considerou a decisão "uma vitória parcial", mas afirmou que irá apelar da decisão do Supremo Tribunal que permite que a polícia continue investigando os arquivos apreendidos.
"Vidas em risco"
Já detetives de unidades antiterrorismo anunciaram que haviam iniciado uma investigação, após o exame preliminar dos dados. "Nós identificamos material altamente sensível, cuja publicação pode colocar vidas em risco", declarou a Polícia Metropolitana de Londres.
David Miranda é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, do diário britânico The Guardian, responsável por revelar os documentos secretos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden. Ele regressava de Berlim para o Rio de Janeiro, com uma escala em Londres, quando foi detido pelas autoridades britânicas. Miranda também entrou com um processo para que sua detenção seja considerada ilegal.
DM/dpa/rtr