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Governo destina R$ 20 bilhões para vacinas contra covid-19

17 de dezembro de 2020

Presidente Bolsonaro assina MP que libera verba para aquisição de vacinas, material necessário para aplicação das doses e logística e insiste no caráter voluntário da imunização, enquanto STF avalia obrigatoriedade.

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Presidente Jair Bolsonaro diz que imunizantes serão adquiridos depois de aprovados pela Anvisa
Presidente Jair Bolsonaro diz que imunizantes serão adquiridos depois de aprovados pela AnvisaFoto: Andre Borges/NurPhoto/picture alliance

Com dois dias de atraso, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (17/12) uma medida provisória (MP) que destina R$ 20 bilhões para o Ministério da Saúde, para financiar a aquisição de vacinas contra a covid-19.

A assinatura ocorreu no dia seguinte ao anúncio do plano nacional de vacinação do governo federal e durante a cerimônia de posse do novo ministro do Turismo, Gilson Machado, no Palácio do Planalto. A demora ocorreu em razão de ajustes no texto da MP.

O Programa Nacional de Imunização  do governo federal, apresentando nesta quarta-feira, não estipula um prazo para o início da vacinação contra o novo coronavírus.

Diversos outros países já iniciaram seus programas de vacinação, mas, no caso do Brasil – o país com o segundo maior número de mortes e o terceiro em infecções – as primeiras parcelas da população devem começar a receber as doses da vacina apenas em meados de fevereiro, segundo o Ministério da Saúde. Segundo o ministério, nenhum fabricante solicitou a aprovação de emergência até agora.

Bolsonaro afirma que as vacinas serão adquiridas logo depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa)  aprovar os imunizantes. Ele voltou a insistir no caráter voluntário da vacinação, enquanto a questão da obrigatoriedade é avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O STF julga duas ações sobre a lei 13.979, que entrou em vigor em fevereiro e trata das medidas para o enfrentamento da pandemia da covid-19.

Uma delas, apresentada por PDT, pede que a corte assegure que prefeitos e governadores possam definir a vacinação obrigatória. A outra foi apresentada pelo PTB e solicita o oposto, que nenhuma autoridade pública possa estabelecer a vacinação compulsória.

Liberação imediata dos recursos

Nesta semana, Bolsonaro chegou a afirmar que não vai se vacinar. "Se alguém achar que minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final", disse em entrevista à TV Bandeirantes. "Esse vírus é igual a uma chuva, vai pegar em todo mundo."

O Ministério da Saúde esclareceu que os R$ 20 bilhões liberados pela MP não se destinam a nenhuma vacina específica e poderão ser utilizados conforme o planejamento e as necessidades.

Um dos imunizantes que poderão ser adquiridos é a Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, que se tornou alvo de uma disputa política entre os governos federal e do estado de São Paulo.

O ministério deverá investir também em seringas e materiais necessários para a aplicação das vacinas, além de gastos com logística e comunicação.

A MP será enviada ao Congresso Nacional para aprovação. A liberação do crédito extraordinário tem efeito imediato, e, segundo o governo, os recursos estarão disponíveis rapidamente.

RC/ots