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Governo do Iêmen desiste de negociações com os rebeldes

13 de setembro de 2015

Presidente exilado do Iêmen diz que não vai participar das negociações de paz com rebeldes houthis mediadas pelas Nações Unidas, até que eles se retirem dos territórios ocupados.

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Jemen Luftangriffe Saudi Arabien Sanaa
Criança caminha sobre escombros na capital iemenitaFoto: Reuters/Mohamed al-Sayaghi

O gabinete do presidente iemenita, Abed Rabbo Mansur Hadi, afirmou em declaração divulgada neste domingo (13/09) que não haverá nenhum encontro com os houthis, até que os rebeldes xiitas "reconheçam a resolução internacional 2216 e concordem em implementá-la incondicionalmente."

A resolução das Nações Unidas estipula que os rebeldes devam entregar todas as armas levadas de instituições estatais e se retirar dos territórios que ocuparam.

Hadi fugiu do Iêmen no início deste ano e vive atualmente no exílio na Arábia Saudita. Como parte de uma campanha para restaurá-lo no poder, uma coalizão liderada pelos sauditas lançaram ataques aéreos contra os rebeldes xiitas apoiados pelo Irã.

Nos últimos meses, os houthis, que lutam numa frouxa aliança de milícias e tropas leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, têm procurado se expandir em direção ao sul, a partir de sua base no norte do país. Atualmente, eles detêm o controle da capital Sana, mas foram expulsos de grande parte do sul do Iêmen, incluindo da segunda maior cidade iemenita, Aden.

O enviado especial da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Sheikh Ahmed, havia anunciado anteriormente que tanto o governo reconhecido internacionalmente quanto os rebeldes concordaram em realizar conversações em Omã, país que se manteve neutro no conflito.

Várias tentativas anteriores de reunir as partes conflitantes não tiveram sucesso. Em junho último, negociações em Genebra fracassaram sem que os rivais tenham se sentado na mesma sala.

De acordo com as Nações Unidas, mas de 4,3 mil pessoas morreram desde março no conflito do Iêmen. A violência também impediu o fornecimento de ajuda e suprimentos vitais de alimentos. De acordo com o Programa Mundial de Alimentação da ONU, o país árabe sofre ameaça de fome.

CA/afp/ap/rtr