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Governo incluirá vacina chinesa em calendário de vacinação

20 de outubro de 2020

Ministério da Saúde pretende comprar 46 milhões de doses da Coronavac e iniciar imunização em todo país já em janeiro. Resultados de testes ainda são aguardados para liberação de imunizante no país.

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Caixa da Coronavac
Mais de 9 mil voluntários fazem parte dos testes da Coronavac no BrasilFoto: Tingshu Wang/Reuters

O Ministério da Saúde afirmou nesta terça-feira (20/10) que pretende comprar 46 milhões de doses da vacina chinesa contra o coronavírus, que está sendo testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, para incluí-la no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O governo federal investirá 2,6 bilhões de reais na compra.

Desenvolvida pela farmacêutica Sinovac, a vacina chamada Coronavac está na fase 3 de teste. Na segunda-feira, Instituto Butantan disse que resultados preliminares dos ensaios clínicos feitos no Brasil revelaram a segurança do imunizante.

A Sinovac é a primeira farmacêutica a divulgar resultados dos estudos em estágio avançado das atuais vacinas que estão sendo testadas contra a covid-19, colocando a China na liderança da corrida por um imunizante contra o coronavírus. Mais resultados que comprovem a eficácia da vacina são aguardados para a sua liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em reunião com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que espera começar a vacinação com a Coronavac já em janeiro, após a aprovação da Anvisa. As doses serão distribuídas em todo o país.

Com a inclusão da Coronavac no Programa Nacional de Imunizações, o governo federal pretende disponibilizar 186 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 no primeiro semestre de 2021. Além do imunizante chinês, o ministério pretende comprar 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca, e 40 milhões de doses disponibilizadas pela iniciativa global Covax Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Coronavac está sendo testada em dez países. No Brasil, os estudos começaram em 21 de julho, a partir de uma parceria da Sinovac com o Instituto Butantan. Ao todo, 5.600 dos 9 mil voluntários já receberam pelo menos uma dose da vacina, em cinco estados e no Distrito Federal.

O acordo entre o Butantan e o laboratório chinês inclui também a transferência de tecnologia e a produção da vacina se sua eficácia for comprovada.

Ao menos quatro das dez vacinas que já estão na terceira fase de testes no mundo são da China. O Brasil já aprovou testes clínicos de quatro imunizantes no país. A aprovação mais recente foi para Janssen, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson. Em 2 de junho foi autorizado o primeiro programa de testes, da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca.

Em 3 de julho, a Anvisa deu aval à vacina desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. E, em 21 de julho, autorizou testes clínicos de vacinas desenvolvidas pela empresa BioNTech, da Alemanha, em parceria com a Pfizer, dos Estados Unidos.

CN/ots